
Maputo, 31 Jul (AIM) – Um grupo de deputados das assembleias nacionais da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC, sigla em inglês) são unânimes em criar sinergias para uma transição energética na região austral de África.
Deputados de cinco países da SADC participaram na conferência regional interparlamentar sobre Transição Energética e Mudanças Climáticas na SADC, evento de três dias que terminou esta quinta-feira (31), em Maputo.
O membro do parlamento sul-africano, Mikateko Mahlaule, afirmou que a transição energética na SADC deve ser justa e equitativa e não deixe ninguém para trás, particularmente trabalhadores e comunidades vulneráveis.
Mahlaule falava num breve contacto com a imprensa, após ter sido recebido em audiência pelo director do gabinete técnico da direcção geral legislativa da Assembleia da República de Moçambique (AR), Atanásio Chacanane.
“A visão da SADC é que nós devemos assegurar que a transição de energia fóssil à energia renovável seja justa e não podemos deixar as comunidades, devemos assegurar também o emprego para os nossos jovens”, disse.
Segundo Mahlaule, é tarefa das assembleias nacionais da SADC elaborarem leis específicas que defendam as comunidades que ainda utilizam o carvão vegetal, lenha, para aquecer os alimentos. As comunidades devem se engajar nas energias renováveis, como forma de incluir a todos durante o processo.
“Nós dissemos que as pessoas lá [nas zonas rurais] devem ser recicladas e dirigidas para os sectores de economia, na agricultura, indústria manufactureira”, disse, tendo acrescentado que, ao empregar os cidadãos, os governos estarão a concorrer para os tirar da pobreza.
Caso os países da região meridional do continente africano não adiram a transição energética de forma mais rápida e justa, Mahlaule acredita que “as dívidas serão pagas por nossos países”.
Por isso, segundo Mahlaule, é pertinente que a SADC siga passos adequados e eficazes para uma transição energética, apostando no investimento em energias renováveis.
Por seu turno, o deputado da assembleia nacional de Angola, Sérgio Vaz, reconhece as exigências cada vez mais visíveis no mundo, sobretudo as que versam com a energias limpas, afirmando ser necessário implementar numa única plataforma regional para acelerar o processo de transição.
“Angola”, sublinhou “é um país que tem estado a fazer este caminho, e pensamos que é válido estar aqui presentes, ouvir a experiência dos outros países, sobretudo Moçambique, e juntarmos sinergias e vermos como é que podemos, de uma forma comum, a nível da nossa região, da SADC”.
Participaram na conferência, além de parlamentares de Moçambique, África do Sul, e Angola, também da Namíbia e República Democrática do Congo (RDC) bem como representantes do Banco Africano de Desenvolvimento, da Comissão Africana de Energia, do Parlamento Pan-Africano, e de diversas organizações da sociedade civil e agências internacionais.
A conferência visava reforçar o papel dos parlamentos como actores-chave na resposta à crise climática e na promoção de políticas energéticas inclusivas e responsáveis.
(AIM)
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