Maputo, 28 Ago (AIM) – O Moza Banco anunciou hoje, em Maputo, a criação de uma Linha de Financiamento de 10 milhões de euros, destinada exclusivamente a potenciar negócios liderados por mulheres e a apoiar iniciativas de geração de renda com enfoque no empoderamento feminino.
A iniciativa, designada Linha BEI, resulta de uma parceria estratégica com o Banco Europeu de Investimentos (BEI) e visa reforçar a inclusão financeira, fomentar a igualdade de género e ampliar a participação das mulheres nos processos de desenvolvimento económico do país.
Durante a cerimónia de lançamento, o Presidente da Comissão Executiva do Moza Banco, Munuel Soares, sublinhou a relevância desta medida num contexto em que o acesso ao crédito continua a ser um dos principais obstáculos para o crescimento de empreendedoras nacionais.
“Quando surgiu esta oportunidade junto do Banco Europeu entendemos que era o momento de contratar essa linha e poder dar esse apoio para o empoderamento das mulheres. O empreendedorismo feminino é um factor crítico para o sucesso do país e transformação para os próximos anos”, afirmou Soares.
O gestor realçou ainda que as mulheres têm “estatísticas impressionantes na gestão de negócios” e demonstram maior resiliência no ambiente empresarial.
Segundo Soares, a Linha BEI destina-se ao apoio de tesouraria e investimentos, com montantes que variam entre 200 mil e cinco milhões de meticais, incluindo a possibilidade de contratação em moeda estrangeira, com taxas de juro bonificadas.
Com este mecanismo, o banco espera reduzir as desigualdades de acesso ao crédito, ampliar as oportunidades de financiamento e conferir maior fôlego às Pequenas e Médias Empresas (PMEs) lideradas por mulheres em Moçambique.
“Queremos incentivar as mulheres a serem mais empreendedoras e, para quem já é, queremos apoiar para continuar”, vincou o CEO do Moza Banco.
O executivo destacou igualmente o compromisso do banco em participar activamente na transformação económica de Moçambique, alinhando a sua estratégia com as metas de industrialização e desenvolvimento sustentável do governo.
Segundo Soares, o banco tem investido fortemente em infraestruturas digitais, apostando em soluções como open banking para apoiar startups e pequenas empresas que carecem de suporte tecnológico adequado.
“Temos feito fortes investimentos nos últimos anos na nossa infraestrutura informática para trazer conceitos como open banking para poder apoiar pequenos startups a fornecerem da melhor forma os seus serviços no mercado. Muitas vezes, a empresa não tem capacidade de acesso a suporte tecnológico necessário”, frisou.
Soares acredita que a verdadeira inclusão financeira passa pela via digital, destacando o crescimento das carteiras móveis como peça central no acesso de milhões de moçambicanos ao sistema financeiro.
Além do lançamento da linha de crédito, o Moza Banco apresentou também a Academia “Pra Frente”, desenvolvida em parceria com a Fundação Dom Cabral, uma das mais prestigiadas escolas de negócios do mundo. O projecto irá formar gratuitamente milhares de empresários nacionais em áreas de gestão financeira e de recursos humanos, reforçando competências essenciais para a competitividade no mercado.
Ainda no mesmo evento, foi igualmente apresentado o Selo Famoza, um galardão atribuído às Pequenas e Médias Empresas que mais se destacaram na utilização dos canais do Moza Banco para alavancar o crescimento dos seus negócios.
Para Soares, estas iniciativas inserem-se num plano mais amplo de responsabilidade corporativa e de transformação do sector financeiro moçambicano, reforçando a presença do Moza Banco como parceiro de referência no fomento ao investimento privado, à inovação e à inclusão de género.
“Ao lado do BEI, queremos posicionar-nos como catalisadores do crescimento económico, promovendo não apenas o acesso ao crédito, mas também a capacitação e a criação de valor sustentável no tecido empresarial moçambicano”, concluiu.
(AIM)
Paulino Checo
