
Chuvas fortes destroem infra-estruturas em Manica. Foto arquivo
Maputo, 12 Set (AIM) – A época chuvosa 2025/2026 poderá trazer riscos significativos para a saúde e a agricultura em Moçambique, com precipitação acima do normal e possibilidade de cheias, sobretudo durante o segundo período da estação.
O alerta foi feito à margem do 12.º Fórum Nacional de Antevisão Climática, esta sexta-feira (12), em Maputo, que reuniu especialistas e responsáveis de diversas áreas para discutir previsões meteorológicas e estratégias de mitigação.
As autoridades salientaram que, embora ocorram alguns períodos secos, a estação apresenta potencial para impactos mais graves em relação à época 2024/2025.
De acordo com o Chefe de Repartição de Monitoria e Análise de Cenários do Ministério da Saúde (MISAU), Américo José, as alterações climáticas continuam a constituir uma ameaça directa e indirecta para a saúde da população.
“Prevê-se que a malária e a diarreia registem uma redução significativa no primeiro período da época chuvosa, de Outubro a Dezembro, em comparação com 2024/2025. No entanto, de Janeiro a Março, a tendência é de aumento, devido à maior quantidade de precipitação”, explicou José.
O responsável destacou que, em termos de províncias, Nampula, Zambézia e Tete estão mais expostas ao aumento de casos de malária, diarreia e cólera.
Para reduzir os riscos, o MISAU prevê reforçar os sistemas de vigilância, treinar os profissionais de Saúde, disponibilizar testes e equipamentos, e intensificar campanhas de sensibilização comunitária sobre saneamento do meio e utilização adequada de redes mosquiteiras.
No sector agrícola, o director da Direcção Nacional de Agricultura (DNA), Hiten Jantilal, afirmou que a estação será semelhante à campanha anterior no primeiro período, mas que a precipitação mais intensa no segundo período poderá provocar inundações e afectar directamente a actividades agrícola.
Jantilal referiu que foram elaboradas recomendações agrotécnicas para orientar os produtores sobre o momento adequado para semear e iniciar sementeiras, bem como medidas para proteger culturas e gado.
Além disso, já foram implementadas acções antecipadas em alguns distritos para reduzir a vulnerabilidade face a irregularidades de precipitação e excesso de água, minimizando impactos e garantindo a produtividade agrícola.
(AIM)
NL/sg