Presidente da República, Daniel Chapo, na recepção aos representantes da Comunidade Moçambicana no exterior
Maputo, 19 Dez (AIM) – O Presidente da República, Daniel Chapo, afirmou hoje que a diáspora moçambicana constitui um recurso estratégico e de elevado valor para o desenvolvimento económico e social de Moçambique, apelando a um maior engajamento dos compatriotas residentes no exterior nos esforços de crescimento e consolidação do país.
O Chefe de Estado falava em Maputo, durante a cerimónia de apresentação de cumprimentos pelos representantes da Comunidade Moçambicana Residente no Exterior, por ocasião do Dia da Família e do fim do ano de 2025. O acto contou com a presença de membros do Governo, deputados da Assembleia da República eleitos pelos círculos da diáspora, diplomatas e líderes comunitários.
Segundo Chapo, o encontro decorre num momento especial da vida nacional, marcado pela celebração dos 50 anos da Independência e pelo início de um novo ciclo de governação. “Reafirmamos, entre as nossas prioridades, a centralidade da diáspora moçambicana no processo de desenvolvimento do nosso país”, afirmou.
O Presidente destacou que Moçambique atravessa profundas transformações políticas, económicas e sociais, que exigem unidade nacional, coesão social e confiança nas instituições do Estado. “Sem paz não há desenvolvimento e sem desenvolvimento não há paz”, disse, referindo-se à Campanha do Diálogo Nacional Inclusivo lançada no país e estendida à diáspora.
No plano económico, reconheceu a existência de desafios resultantes de choques internos e externos, incluindo alterações climáticas, instabilidades globais e pressão sobre as finanças públicas. Referiu igualmente os impactos negativos das manifestações violentas, ilegais e criminosas, que afectaram a confiança dos investidores.
“Enfrentamos o desafio de reparar os danos causados por essas acções. Resgatar a confiança dos investidores é uma tarefa prioritária à qual estamos plenamente comprometidos”, sublinhou.
Apesar do contexto desafiante, o Presidente salientou o vasto potencial do país, assente nos recursos naturais, agricultura, energia, indústria, turismo, corredores de desenvolvimento, transportes, logística e capital humano. Por isso, defende que estes recursos devem ser explorados de forma sustentável e orientados para a criação de emprego, sobretudo para a juventude.
No plano social, apontou como desafios persistentes a erradicação da pobreza, a promoção da igualdade de oportunidades, o acesso universal aos serviços básicos e a protecção das camadas mais vulneráveis da população, com especial atenção à criança, ao idoso e à mulher.
Chapo reiterou que os moçambicanos na diáspora devem desempenhar um papel estratégico no desenvolvimento nacional. “Os desafios que se colocam passam pela necessidade de transformar o saber, a experiência profissional, o capital financeiro e as redes de relacionamento adquiridas no exterior em contributos concretos para o desenvolvimento do nosso país”, afirmou.
O Chefe de Estado sublinhou que a Política da Diáspora, aprovada em 2024, constitui um instrumento estratégico fundamental para estruturar a participação dos moçambicanos no exterior. “Este instrumento traduz o firme propósito do Governo em assegurar que a diáspora se afirme como um actor estratégico no desenvolvimento contínuo e sustentável de Moçambique”, disse.
Destacou igualmente a criação do cargo de Secretária de Estado dos Negócios Estrangeiros e Comunidade Moçambicana no Exterior, com o objectivo de reforçar a política externa e aprofundar a relação institucional com a diáspora, assegurando que os moçambicanos no exterior se sintam protegidos, ouvidos e devidamente representados.
No domínio consular, referiu o envio de brigadas móveis para o registo civil e a recolha de dados biométricos de cidadãos moçambicanos residentes no estrangeiro, incluindo os nascidos fora do país, com vista à emissão ou renovação de documentos de identificação e de viagem.
“Esta acção visa responder às necessidades de regularização da permanência nos países de acolhimento e pôr termo à dolorosa situação de apátridas resultante da falta de documentação”, explicou.
O estadista apelou ainda ao combate firme contra a corrupção, o nepotismo, o clientelismo e a incompetência.
“Juntos, resgataremos o patriotismo e o orgulho de sermos moçambicanos. Por isso, reafirmamos a palavra de ordem de sempre: vamos trabalhar!”, declarou.
Chapo agradeceu à diáspora pelo apoio às causas humanitárias, pela promoção da cultura nacional além-fronteiras e pelo contributo das remessas para a economia nacional. “Temos ouvido, por parte de Chefes de Estado, o reconhecimento do bom comportamento e do elevado espírito de solidariedade dos moçambicanos na diáspora”, afirmou.
(AIM)
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