Maputo, 20 Dez (AIM) – As receitas de gás natural extraído pela Plataforma Flutuante de Gás Natural Liquefeito (FLNG) do projecto Coral Sul, instalado na bacia do Rovuma, província de Cabo Delgado, norte de Moçambique, poderão atingir 75 milhões de dólares a favor do Estado.
Segundo o Presidente da República, Filipe Nyusi, até ao final do ano em curso a plataforma vai completar 41 carregamentos.
“O nosso gás já é consumido na Europa e na Ásia, traduzindo-se em ganhos para o nosso país. Até ontem (19) foram efectuados 39 carregamentos. Estes carregamentos há quem recebeu na Europa e na Ásia”, disse Nyusi, durante a apresentação do Informe anual sobre o Estado Geral da Nação.
Os carregamentos, segundo Nyusi, são fruto dos esforços do governo que se empenha pela melhoria da vida dos moçambicanos e, sobretudo das comunidades em Cabo Delgado, particularmente nos distritos de Palma e Mocímboa da Praia.
O primeiro cargueiro de GNL partiu, pela primeira vez da FLNG em Novembro de 2022, no âmbito de um contrato de compra e venda total durante 20 anos, assinado com a petrolífera britânica BP Poisedon, que cobre os volumes totais de GNL produzidos pelo Coral Sul FLNG.
Com uma capacidade de liquefacção de gás de 3,4 milhões de toneladas por ano (MTPA) o projecto colocará em produção 4,7 triliões de pés cúbicos (tcf) de gás natural do vasto reservatório Coral, durante o período da sua vigência.
No entanto, Nyusi reiterou que o projecto LNG Mozambique, instalado na Mocímboa da Praia, liderado pela petrolífera francesa TotalEnergies, poderá retomar no próximo ano, graças aos esforços do governo, quer levaram a melhoria e consolidação da segurança em Cabo Delgado,
O projecto foi suspenso devido aos ataques terroristas que nos últimos dias tendem a reduzir drasticamente, graças a intervenção das Forças de Defesa e Segurança de Moçambique, apoiadas pela sua congénere do Ruanda e da Missão Militar da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SAMIM, sigla em inglês).
Desde Outubro de 2017 que Cabo Delgado é alvo de ataques terroristas que já provocaram a morte de mais de três mil cidadãos, bem como a fuga de mais de 900 mil pessoas que foram procurar abrigo em locais mais seguros, desencadeando uma crise humanitária.
(AIM)
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