Maputo, 16 Jan (AIM) – O embaixador cessante do Japão, Hajime Kimura, afirma que o seu país poderá retomar os empréstimos concedidos a Moçambique até finais do corrente ano, se o desempenho económico continuar a registar uma melhoria significativa.
O diplomata nipónico manifestou esta convicção à imprensa hoje (16), em Maputo, minutos após o término de uma audiência que lhe foi concedida pelo Chefe de Estado moçambicano, Filipe Nyusi, para apresentar cumprimentos de despedida, acto que marcou o fim de seu mandato em Moçambique.
O embaixador nipónico explicou que os empréstimos são concessionais e com condições muito favoráveis.
“Os empréstimos têm taxas de juro de 0,01 por cento, para devolver em 40 anos e com um período de graça de 10 anos”, anotou. Infelizmente, estão suspensos por causa da avaliação do Fundo Monetário Internacional (FMI).
“Moçambique estava em ‘debt distress’ (risco de sobreendividamento) o que significa que não estava em condições de pagar (amortizar). Daí que tínhamos que parar. Agora Moçambique está no risco alto”, disse.
Segundo o diplomata nipónico, Moçambique para ser elegível “precisa de melhorar mais um pouquinho talvez aí nós possamos recomeçar. Espero que isso aconteça ainda este ano, mas tudo depende do governo moçambicano, mas nós também ajudamos para melhorar a situação financeira através da cooperação técnica”.
Sobre a audiência que lhe foi concedida pelo Presidente da República, explicou que “eu vim para agradecer pela colaboração que eu recebi durante os três anos e 11 meses que fiquei aqui. Durante esse tempo conseguimos trabalhar muito. Conseguimos realizar muitas coisas, graças à colaboração do governo moçambicano. Gostei muito destes trabalhos. Por exemplo, trabalhamos juntos no combate ao terrorismo em Cabo Delgado. Nós temos programas para ajudar as pessoas deslocadas internamente, através das ONGs internacionais”.
Em relação ao cancelamento de alguns projectos em Cabo Delgado, na sequência do terrorismo, o embaixador manifestou a vontade do seu país de continuar a trabalhar com o governo moçambicano, para melhorar as condições de segurança naquela província do norte de Moçambique.
“Neste momento estamos trabalhando com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) para a reconstrução da vila de Mocímboa da Praia. Ainda temos muitos projecto. Por exemplo, fornecemos equipamentos à polícia marítima e outros para a polícia de fronteira. Fornecemos também 70 barcos pesqueiros, mas ainda não chegaram, para Pemba e camiões de purificação de água há três anos”, explicou.
Segundo o diplomata, independentemente dos valores envolvidos nestes e outros projectos, o que é mais importante é a vontade que existe em ajudar as populações.
Os dois países estão na região denominada Indo-Pacífico, pelo que a cooperação nesse sentido importante, segundo a fonte, é deveras importante.
“Deve ser uma região de paz. Não pode ter um problema que possa atrapalhar a paz. Além disso, Moçambique é a entrada para os países do interior. Nós queremos continuar a trabalhar com Moçambique”, vincou.
(AIM)
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