Maputo, 21 Jan (AIM) – O porta-voz da Renamo, maior partido da oposição em Moçambique, José Manteigas, assegura que prevalece a democracia interna no seio da sua formação política, atestada pelo funcionamento em pleno de todos os órgãos internos.
A reação do porta-voz surge em resposta à polémica criada pelo anúncio de Ossufo Momade como candidato às presidenciais deste ano pela Renamo, mesmo antes da realização do congresso do partido, órgão com legitimidade para chancelar o candidato a ser apresentado pelo partido às eleições.
A partir daí, surgiram várias críticas apontando atropelos aos estatutos da Renamo, e acusando o partido de falta de democracia interna, e ao presidente Ossufo Momade de ser anti-democrático.
“Há, sim, democracia no partido. Portanto, se alguns têm um “instinto impulsivo” de se candidatar, [isso] não pode ser motivo para se dizer que não há democracia. Na Renamo há democracia, porque no partido há todo o respeito pelos estatutos e os órgãos do partido”, disse Manteiga em uma entrevista recente a DW.
“Nós temos como órgão o presidente do partido, que está a funcionar, o congresso, que regularmente se reúne, o Conselho Nacional, a Comissão Política. E todos estes órgãos estão a funcionar. Outros exemplos são o Secretariado-geral, as delegações políticas provinciais e distritais e etc., que também estão a funcionar”, frisou o porta-voz da Renamo.
Sobre a alegada demora na realização do Conselho Nacional, reunião que irá decidir o congresso do partido, fórum que elege o presidente do partido e consequentemente o candidato às presidenciais, Manteigas disse que, em momento oportuno, o partido vai convocar o Conselho Nacional e o congresso para estabelecer todas as estratégias necessárias para enfrentar os pleitos eleitorais.
“Não há desentendimentos na Renamo. Se calhar há uma exacerbação de ânimos de alguns militantes. Nós, como partido, comprometidos com os objetivos da Renamo, e que colaboramos e respeitamos a figura do presidente do partido, Ossufo Momade, que foi eleito democraticamente no último congresso, estamos todos serenos porque conhecemos os desafios que o partido enfrenta”, frisou.
Segundo a fonte, não há prazos para a realização das reuniões em causa, sustentando que, enquanto novos órgãos não forem eleitos, estão legalmente a funcionar os órgãos eleitos no último congresso. “Portanto, não há ilegalidade ou vazio legal”, sustenta.
A fonte assegurou que ninguém está vedado a apresentar a sua candidatura à presidência do partido. No entanto, reitera que Ossufo Momade tem a confiança no seio do partido para continuar a dirigir os destinos daquela formação política.
“Todos os membros da Renamo têm o direito de eleger e se fazer eleger. Portanto, estão livres para o fazer. É assim que temos procedido quando chegam estes momentos”, sentenciou.
(AIM)
Paulino Checo (PC)/dt