Maputo, 30 Jan (AIM) – O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, afirma que a cimeira Itália-África foi uma oportunidade para os africanos mostrarem o que podem dar e receber no contexto da cooperação com aquele país europeu para que juntos possam avançar.
Por isso, Nyusi considera que a Itália foi feliz por organizar este evento que “foi um sucesso”.
“O encontro foi bem-sucedido. A Itália conseguiu trazer às instituições multilaterais, houve espaço para a troca de impressões”, sublinhou o Chefe de Estado moçambicano em conferência de imprensa, realizada hoje, em Roma, que serviu para fazer o balanço da participação de Moçambique na cimeira, que um evento de dois dias com início domingo.
“Os africanos mostraram, claramente, que não vinham simplesmente para ouvir o que podem receber, mas vinham também para dizer o que podem dar para juntos podermos avançar”, afirmou.
Aliás, o Chefe de Estado moçambicano fez uma apresentação na cimeira Itália-África, sob o lema: “Uma Ponte para o Crescimento Comum”, que incidiu na componente da segurança energética, sobretudo na estratégia de transição energética.
A problemática de infra-estruturas, cultura, formação e profissionalização, fluxo migratório e combate contra o terrorismo, segurança alimentar foram outros dos temas que corporizaram o evento.
“Os debates todos estavam em torno do estado dos financiamentos. Financiar significa também investimentos, privados ou entre Estados. Nesse sentido, reconhecer que a África não está numa situação de vir pedir, mas numa posição de comparticipar no desenvolvimento colectivo, entrando com aquilo que tem e outros entrando com o poder financeiro, tecnológico, mas um poder que seja transferível para os respectivos países”, disse Nyusi.
Explicou que também houve debates sobre a importância da transformação dos recursos dentro dos países africanos, para reduzirmos o facto de sermos a fonte de matéria-prima e sermos simplesmente um mercado para aquilo que é transformado a partir dos nossos próprios países”.
Neste contexto, afirmou ser um tema transversal, pois a transformação dos recursos nos respectivos países permite a empregabilidade e, consequentemente, reduz as taxas de emigração.
“A emigração acontece porque as pessoas têm fome, são pobres. Se a matéria-prima explorada for transformada nos próprios países, para além de empregar, fica alguma coisa e não há necessidade de sair para procurar onde trabalhar, porque pode-se trabalhar no próprio país”, sustentou.
Durante a cimeira, a Itália expôs aquilo que são as prioridades de cooperação e investimento em cada um dos países africanos.
No caso de Moçambique, segundo Nyusi, a Itália prometeu que vai continuar a desenvolver centros de agro-processamento, e citou como exemplo um que já está sendo projectado na província de Manica, cujos detalhes serão matéria de análise por equipas especializadas dos dois países.
(AIM)
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