Maputo, 08 Fev (AIM) – Moçambique ganhou mais fama, graças aos “mambas”, a selecção nacional de futebol.
Convivi com a realidade.
Fui integrado na comitiva jornalística que cobriu a actividade do primeiro-ministro moçambicano, Adriano Maleiane, no diálogo sobre a prosperidade em África, que decorreu no Gana.
Para este país, Moçambique é “carrasco” por causa do empate no presente campeonato africano de nações (CAN). “Carrasco” com desportivismo.
Orgulhosamente, Moçambique conseguiu empates com golos no presente campeonato africano (um frente ao Gana e outro contra o Egipto, selecções consideradas poderosas no panorama futebolístico africano).
“Where are you from?” (de onde são? – pode ser percebido em português). Respondemos: Moçambique. “you stpoped us, why?” Até militares e mulheres faziam a mesma pergunta.
Ficamos com medo. “Será que vamos ficar à vontade aqui no Gana?: pergunta que pairava nas nossas mentes.
Na “lengalenga” da recepção, em Acra, o protocolo moçambicano estava lá, sem problemas.
Mas o minibus que nos recebeu e nos transportou, à chegada, e alocado aos repórteres tinha a bandeira sul-africana no pára-brisas.
Eu pensei que era estratégia de conotar a identidade da nossa pátria pelo empate com a selecção do Gana.
Mas pátria é pátria.
O assessor de imprensa do gabinete do primeiro-ministro, que fingiu não ter visto a bandeira no dia que aterramos em Acra, mandou remover, dia seguinte, a bandeira sul-africana.
Acho, eu, que para ele não importava termos empatado com Gana: jogo é jogo e diálogo (cimeira) é outra coisa.
Todo o lado por onde éramos solicitados identificação a resposta era, somos moçambicanos. Não tínhamos receios nenhuns, realidade.”
Em contrapartida os ganenses não nos “martelaram”, mas surpreendidos. Por isso, fiquei com a sensação de desportivismo e, também, valor a Moçambique.
Eu digo que, agora, os Mambas são famosos. Como sempre. “Não podemos deixar essa etiqueta em mãos alheias,” digo eu.
Em um minuto os Mambas podem resolver tudo.
Desculpem que esta pequena crônica não evoque individualidades, mas reconhecimento de grupo.
Mas tenho alguns no coração.
(AIM)
Mz/dt
