
Pormenor do jogo entre Moçambique e sua congénere da Guiné-Bissau
Maputo, 19 Nov (AIM) – A selecção moçambicana de futebol sénior masculina, os Mambas, derrotou hoje (19) a congénere da Guiné-Bissau (1-2) e garantiu o seu apuramento ao Campeonato africano das Nações (CAN-Marrocos 2025).
O primeiro golo do combinado moçambicano foi apontado pelo lateral esquerdo Bruno Langa, aos 09 minutos do jogo.
A Guiné Bissau igualou a partida através do atacante Beto, aos 42 minutos. Mas os Mambas, que precisavam apenas de um empate para carimbarem, sem sobressaltos, o passaporte para o CAN-2025, voltaram a adiantar-se no marcador através do tento do atacante Stanley Ratifo, respondendo positivamente a um canto cobrado por Geny Catamo.
Com este triunfo pontuável para a sexta e última jornada do Grupo I de qualificação para o CAN 2025, Moçambique posicionou-se no segundo lugar com 11 pontos, contra 14 do Mali que ocupou a primeira posição.
Guiné Bissau (05 pontos) e eSwatini (02) posicionaram-se no terceiro e quarto lugares, sem direito a qualificação.
Na primeira mão realizada em Maputo, os Mambas impuseram-se pela mesma marca (2-1). a qualificação de Moçambique foi fruto de três vitórias, duas contra a Guiné Bissau e uma frente a eSwatini, e dois empates contra o Mali e eSwatini.
Na sua reacção à vitória e qualificação de Moçambique, o seleccionador nacional, Chiquinho Conde, disse ser fantástico estar a frente de uma selecção e qualificá-la pela segunda vez consecutiva (2023 e 2025) para o CAN.
“É fantástico e quero agradecer a todos aqueles que nos proporcionaram este projecto. Sempre disse, desde o início da caminhada em 2021, que seria uma missão patriótica e espinhosa”, afirmou.
Moçambique esteve fora do CAN durante 13 anos.
Chiquinho dedicou a vitória e a qualificação ao povo moçambicano, especialmente pelo momento político difícil que atravessa, caracterizado por manifestações violentas que surgiram após a realização das eleições gerais de 09 de Outubro do corrente ano.
“O futebol é o ópio, empenhamo-nos arduamente para poder dar alegria ao povo moçambicano. Espero sinceramente que esta qualificação possa minimizar o sofrimento do povo que luta por aquilo que entende que deve lutar”, afirmou.
Acrescentou que “não podemos nunca ficar indiferentes porque foi este povo que sempre nos ajudou a catapultar para este patamar”.
De acordo com o seleccionador nacional, “foi o povo que ajudou e fez pressão para que eu continuasse nesta cadeira de sonho”.
Quanto ao facto de o seleccionador da Guiné Bissau, Luís Boa Sorte, ter declinado apertar-lhe a mão, no final do jogo, Chiquinho Conde disse que “fico triste por isso”.
Explicou que ao longo dos seus 25 anos como profissional de futebol e ao mais alto nível jogou em Portugal nas melhores equipas e foi vencedor da taça, pelo Belenenses, e que inclusive “eliminei o Sporting e o Porto, e depois o Benfica, na final, e ganhei pelo Sporting em 1995”.
“Sempre me ensinaram de que devo saber ser digno quando ganho e quando perco”, rematou.
“Lamento profundamente, e mando aqui um recado para ele para que se quiser continuar nesta carreira, acho que a humildade não faz mal a ninguém”, aconselhou o seleccionador dos “Mambas”.
(AIM)
Mz/sg