Rustenburg (África do Sul), 17 Fev (AIM) – Um grupo de pesquisadores sul-africanos do Instituto de Investigação Socioeconómica Auwal (ASRI – sigla em inglês) vai visitar a Matola, província do Maputo, na semana corrente para prestar homenagem e “reavivar a visão dos heróis” que morreram pela liberdade naquele país vizinho de Moçambique.
“Dentro de uma semana, um grupo nosso deslocar-se-á a Matola, em Moçambique, para visitar o Monumento e Centro de Interpretação da Matola”, lê-se na mensagem assinada por Imraan Buccus, pesquisador sénior do ASRI que a AIM teve acesso.
Os pesquisadores além de homenagear os cidadãos que sacrificaram as suas vidas para trazer liberdade à África do Sul, também vão fazer uma reflexão sobre a história e avaliar até que ponto foram concretizados os ideias de ambos povos.
“Ao reflectirmos sobre esta história conturbada e ao honrarmos aqueles que sacrificaram as suas vidas para trazer a liberdade à África do Sul, temos de colocar questões difíceis sobre se os ideais pelos quais lutaram ainda não foram concretizados”, sublinha.
O pesquisador do ASRI reconhece que o ataque da Matola de 1981 representou uma das expressões mais negras das tentativas brutais do apartheid para esmagar a dissidência e os movimentos de libertação na região da África Austral.
O ataque, que vitimou moçambicanos e sul-africanos aconteceu na manhã de 30 de Janeiro de 1981, uma acção bárbara comandada pelo regime minoritário da África do Sul, que através do sistema segregacionista do “apartheid” oprimia o povo sul-africano, tinha como alvo principal os militantes do Congresso Nacional Africano (ANC) – partido no poder desde 1994.
O alvo, no entanto, eram algumas residências no bairro Matola “A” que, na altura, albergavam militantes do ANC.
No bombardeamento, 17 cidadãos nacionais e estrangeiros perderam a vida e em homenagem, foi erguido o Monumento e Centro de Interpretação da Matola.
Na data do ataque viviam em Moçambique um número elevado de figuras proeminentes do ANC, incluindo o antigo Presidente sul-africano, Jacob Zuma.
(AIM)
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