
Vista frontal da Confederação das Associações Económicas de Moçambique
Maputo, 21 Fev (AIM) – A Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA) afirma a situação de insegurança em Cabo Delgado é um assunto de Estado e, por isso não se revê com o conteúdo do comunicado da Embaixada da França e pronunciamentos do representante desta organização naquela província da região norte.
Em comunicado de imprensa enviado esta quarta-feira à AIM, a CTA afirma não ser sua missão pronunciar-se em torno de assuntos de Estado, mas sim construir e liderar um ambiente de negócios que coloque o sector privado como um sujeito activo e fazedor da economia moçambicana.
“Portanto, a CTA não se imiscui em assuntos de Estado, embora esteja preocupada com a situação de insegurança em Cabo Delgado. Por outro lado, a CTA não vê nenhuma relação entre o comunicado do Governo da França, através da sua Embaixada em Maputo, e o desempenho da TotalEnergies”, sublinha.
Segundo o comunicado, a CTA deseja continuar a aprofundar as relações já em curso com o projecto Mozambique LNG, no sentido de reforçar a maximização do conteúdo local.
Porém, entende que a instabilidade militar em Cabo Delgado que, nos últimos meses, tem conhecido preocupante recrudescimento de acções terroristas, trouxe incertezas que influenciam negativamente as perspectivas de crescimento económico da província em particular, e do país no geral.
“Em relação ao projecto da Área 1, liderado pela TotalEnergies, é sabido que, dada a dimensão do investimento (cerca de 20 biliões de dólares), espera-se muito pela sua retoma, por um lado pelo impacto que tem na estabilização dos fundos públicos e na captação de receitas para os programas de desenvolvimento, tanto a nível da província de Cabo Delgado como a nível nacional”, afirma a CTA,
Reconhece as ligações empresariais que se esperam e o apoio que a multinacional francesa tem vindo a dar, através do Conselho Empresarial Provincial (CEP) de Cabo Delgado, para o fortalecimento das Micro, Pequenas e Médias Empresas nacionais.
“A CTA, em representação do sector privado, ao longo dos últimos anos, em parceria com a TotalEnergies, operadora do projecto Mozambique LNG, tem desenvolvido uma série de actividades para maximizar e valorizar o conteúdo local na perspectiva de uma retoma do projecto”, afirma.
Assim, a CTA considera o Mozambique LNG, como um projecto estruturante para a economia de Moçambique, pois constitui uma mais valia para a industrialização do país, reforço de oportunidades de emprego para mão-de-obra moçambicana e oportunidades de negócio para o empresariado nacional.
Reconhece, também, o compromisso, ainda que nesta fase de força maior, da TotalEnergies em “colocar o Conteúdo Local no centro”.
A CTA continua convencida, assim, que uma retoma do projecto na Área 1 “vai garantir mais oportunidades para o empresariado nacional, assim como contribuir para o desenvolvimento sustentável da província de Cabo Delgado, em particular, e do País, em geral.”
(AIM)
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