
Maputo, 15 Mar (AIM) – O Presidente da República, Filipe Nyusi, insta a uma maior união entre os moçambicanos no combate ao terrorismo que, desde Outubro de 2017, apoquenta os residentes de alguns distritos de Cabo Delgado, na região norte.
O apelo surge numa altura em que algumas vozes criticam a presença das forças amigas que, desde meados de 2021, se encontram em Cabo Delgado para apoiar as Forças de Defesa e Segurança (FDS) no combate ao extremismo violento no Teatro Operacional Norte.
Nyusi explica que o terrorismo é um fenómeno contra o qual as nações do mundo inteiro juntam forças para combater, daí estranhar a aparente falta de união no país.
“O terrorismo é uma das coisas que o mundo todo se junta para combater. Se o mundo se junta, a região se junta para combater o terrorismo, a nossa região, o continente se junta para combater o terrorismo, o mundo inteiro também, como é que o próprio país que vive o terrorismo não se une”?, questionou.
“Temos que estar unidos e não andar a procura de argumentos”, acrescentou Nyusi, que falava hoje (15) durante as XIX cerimónia de graduação dos oficias da polícia em Ciências Policiais e a II em Administração Penitenciária na Academia de Ciências Policiais (ACIPOL), província de Maputo.
Nyusi diz que a justificação de algumas pessoas para o caso do terrorismo em Moçambique é a pobreza, um argumento que considera ser inválido.
Para melhor elucidar, algumas pessoas alegam que há muita pobreza em Mocímboa da Praia. “Não há problemas em Chicualacuala?, há pobreza em Palma não há pobreza em Massingir”?, questionou.
Por isso, Nyusi afirma que urge estudar as razoes para a violência e terrorismo e inventar argumentos. “Temos que trabalhar todos unidos, não há culpado nisso, o culpado é quem nos faz mal.”
“Não podemos perder o foco. Temos que continuar unidos neste país, porque esse inimigo existe. É preciso bater duro até onde nós podermos conseguir, se não fizermos isso, amanhã vamos ficar em debandada”, disse.
Nyusi adverte que a falta de foco nos reais desafios que o país atravessa pode resultar na perda da soberania. “Por isso, temos que estar unidos para combater o terrorismo, se brincarmos nós vamos ficar sem pátria”, advertiu o Chefe de Estado.
Para evitar que isso aconteça, disse Nyusi, os moçambicanos devem evitar falar mal das pessoas que vieram ao país para ajudar no combate ao terrorismo, numa clara alusão as tropas da missão militar da SADC para Moçambique (SAMIM) e unidades militares do Exercito Ruandês.
Nyusi disse que o problema surge por causa de politiquices que levam algumas pessoas a “condenar as pessoas que nos ajudam”.
Insiste que urge combater o terrorismo sem tréguas para que este mal não se intensifique no país e, para o efeito, garante que o governo vai continuar a investir nas Forças de Defesa e Segurança (FDS).
Na ocasião, o Chefe do Estado disse que o governo também está comprometido em acabar com as ondas de raptos que assolam o país e revela que cerca de 90 por cento destes já foram esclarecidos.
(AIM)
ZT/sg