
Maputo, 13 Mar (AIM) – O ministro moçambicano do Interior, Pascoal Ronda, acredita que a adopção do novo “modus operandi” pelos terroristas que operam em alguns distritos da província de Cabo Delgado, norte do país, demonstra haver, no seio do grupo, uma nova liderança.
Segundo o ministro, o facto demanda das Forças de Defesa e Segurança (FDS) “mais acções assertivas.”
Ronda falava esta quarta-feira (13) na Assembleia da República (AR), o parlamento, na sessão de perguntas ao governo.
Segundo o ministro, por causa da pressão operacional na parte norte de Cabo Delgado, os terroristas dispersaram para o sul da província para desviar atenção das Forças de Defesa e Segurança (FDS).
“No contexto da contínua pressão operacional, os terroristas dispersaram-se para a região sul da província, nomeadamente distritos de Ancuabe, Chiúre, Metuge e Quissanga, visando desviar a atenção das FDS sobre os centros de gravidade do grupo”, afirmou.
Disse que a maior parte dos actuais líderes terroristas encontra-se nos distritos de Macomia e Quissanga.
Em 2023, alguns antigos líderes foram mortos pelas FDS e forças amigas.
Segundo o ministro, nestes locais os terroristas têm protagonizado assaltos, emboscadas, assassinatos de cidadãos, saque de produtos alimentares, destruição de escolas, igrejas e residências, raptos e recrutamentos forçados, “criando uma nova vaga de deslocados internos estimados em cerca de 61 mil.”
Entretanto, assegurou o ministro, as FDS e as forças amigas do Ruanda e da SAMIM “têm conseguido deter o avanço das acções dos terroristas através de operações conjuntas e coordenadas, especialmente informações sobre o plano dos terroristas, o que representa ganhos assinaláveis na agenda de pacificação da província de Cabo Delgado.”
O ministro explicou aos deputados que as FDS estão empenhadas no treinamento de pessoal, em coordenação com vários parceiros de cooperação, para além de reuniões de coordenação operacional e troca de informações de inteligência.
Ronda reconheceu que apesar dos sucessos registados, persistem desafios derivados da natureza complexa do terrorismo e extremismo violento, o que passa pelo reforço do investimento pelo Estado moçambicano às FDS, “por forma a fazerem face a qualquer tipo de ameaça.”
A par da contínua formação e aquisição de meios e equipamentos de combate à altura da ameaça, o ministro do Interior disse tornar-se imperioso complementar as actuais operações com programas socio-económicos que possam ajudar na eliminação das raízes que têm sustentado o terrorismo e extremismo violento no território nacional.
Anotou que isso implica o envolvimento de outras instituições e sectores da sociedade para também apoiarem os esforços empreendidos pelas FDS.
Desde 2017 a esta parte que alguns distritos de cabo delgado são assolados pelo terrorismo.
(AIM)
Mz/dt