Maputo, 17 Mar (AIM)- A ministra moçambicana dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Verónica Macamo, dedica o Prémio Global Mulheres Africanas de Distinção para 2024 à mulher moçambicana, em especial a mulher anónima, que classifica como a verdadeira merecedora.
A governante moçambicana recebeu sábado este prémio por ocasião do Dia Global da Mulher Africana, no histórico e emblemático Bairro de Harlem, na cidade de Nova Iorque, pelo seu papel na emancipação e empoderamento das mulheres em Moçambique e em África e pelo seu apoio no lançamento do Alto Conselho da Sexta Região da Diáspora da União Africana (UA) e do estabelecimento de 11 de Julho como o Dia Global da Diáspora Africana.
“Dedico à mulher moçambicana, em especial a mulher anónima, a verdadeira merecedora deste prémio; mas também ao povo moçambicano pelo reconhecimento do papel da mulher moçambicana no país, em Africa e no mundo”, disse Macamo.
“Tomamos este prémio como um reconhecimento e apreço às mulheres moçambicanas que lutam pela promoção da equidade do género, igualdade de direitos civis e pela emancipação cultural, económica e política. Esta outorga, representa sobretudo um clamor pela paz que urge estabelecer no mundo, em África e em Moçambique, particularmente para as mulheres que se encontram nas regiões vítimas do terrorismo, na província de Cabo Delgado, no norte de Moçambique”, acrescentou.
Verónica Macamo foi a primeira mulher Presidente do Parlamento moçambicano. Desempenhou dois mandatos consecutivos como presidente do parlamento, depois de 10 anos como primeira vice-Presidente da Assembleia da República. Portanto, esteve 20 anos na liderança do Parlamento do seu país.
Hoje é membro do Conselho de Estado da República de Moçambique.
Partilhou o facto de o Governo de Moçambique ter alcançado a paridade do género no Conselho de Ministros, pela primeira vez na história do país.
“A nível parlamentar, um parlamento dirigido por uma mulher, Moçambique ocupa o décimo nono lugar à escala mundial, com cerca de 43 por cento de mulheres no Parlamento, segundo um estudo da ONU Mulheres”, disse Macamo.
Disse que no seu país, os Presidentes do Conselho Constitucional, do Tribunal Administrativo e o Procurador- Geral da República, são mulheres.
“Por isso e muito mais, considero este prémio como um sinal de reconhecimento e incentivo para continuarmos a marchar neste desiderato, em prol das nossas sociedades que só podem florescer se homens e mulheres tiverem iguais oportunidades de participar e influenciar os processos políticos, económicos e sócio-culturais dos nossos países”, sublinhou.
Na cerimónia, organizada pelo Instituto Drammeh, foram galardoadas também três personalidades da diáspora afro-americana, nomeadamente a presidente e co-fundadora da organização African Ancestry, Gina Page, a artista têxtil Nike Okundaye, e a cantora e co-fundadora do Instituto de Educação Artística, Kim Poole.
O Instituto Drammeh é uma iniciativa não governamental, sem fins lucrativos e de caridade, baseada em voluntários. Foi fundado para preservar o património documental da experiência afro-americana.
O Instituto tem estatuto consultivo especial do Conselho Económico e Social (ECOSOC) das Nações Unidas.
Desde 1993, tem desenvolvido projectos para capacitar vozes de comunidades historicamente carentes do continente africano e sua diáspora, na forma de plataformas sociais internacionais, exposições e workshops.
(AIM)
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