
Presidente Moçambicano, Filipe Nyusi, (esquerda) e seu homólogo do Botswana, Mokgweetsi Masisi
Maputo, 10 Jul. (AIM) – Moçambique e o Botswana assinaram na manhã de hoje, em Maputo, sete memorandos de entendimento nos vários domínios para fortalecer os laços de cooperação entre ambos países.
O acto teve lugar no primeiro dia da visita de Estado, de três dias, que o Presidente do Botswana, Mokgweetsi Masisi, efectua a Moçambique, a convite de seu homólogo, Filipe Nyusi.
Os instrumentos abrangem segurança e ordem pública, agricultura, pecuária e segurança alimentar, comércio, indústria e investimentos, tecnologias de informação e comunicação, prevenção e combate à corrupção, protecção social e ainda um acordo bilateral de transporte rodoviário de passageiros e mercadorias.
“A tónica (da visita) é impulsionar as nossas relações económicas, pois há muito que fazer e há capacidade e inteligência para tal”, disse o estadista moçambicano, Filipe Nyusi, em conferência de imprensa conjunta, minutos após a assinatura dos instrumentos referidos.
“Durante o encontro, informei-o sobre o que está a acontecer em Moçambique e ele informou-me sobre o Botswana, bem como falamos sobre o desenvolvimento da nossa economia e do mundo. Discutimos as eleições autárquicas em Outubro de 2023 e as eleições gerais em Outubro próximo”, disse o chefe de Estado.
Um dos assuntos de destaque durante a recepção de Masisi foi o combate ao terrorismo. Explicou que foi durante o mandato de Masisi na presidência da Troika que foi criada a Missão Militar da SADC para Moçambique (SAMIM) que permitiu restaurar a autoridade do Estado moçambicano nas regiões que haviam sido tomadas pelos terroristas.
“Levamos muito tempo a falar sobre o terrorismo, explicando que a retirada da SAMIM está em curso, as populações estão a regressar às suas zonas de origem, e estamos numa fase de reconstrução. Por isso, agradeço ao povo do Botswana por trabalhar connosco no combate ao terrorismo, uma vez que o presidente já garantiu que o vosso apoio não para por aqui”, apontou.
Nyusi vê no Botswana um país que pode ajudar a explorar os principais corredores logísticos de Moçambique.
“Estamos muito focados na área de transporte ferroviário e rodoviário, mas também na exploração plena dos Portos de Moçambique, uma vez que vemos a necessidade de tráfego de e para o Botswana a longo prazo”, referiu.
Disse que o Botswana, um país sem acesso ao mar, pode usar os portos moçambicanos para o transporte de suas mercadorias para importação e exportação.
Por isso, está em curso a elaboração de um projecto para a construção de um porto de águas profundas de Techobanine, distrito de Matutuine, província meridional de Maputo, em Moçambique, que vai ligar o Zimbabwe e o Botswana por linha férrea.
Por isso, Nyusi considera a visita como “muito produtiva, objectiva e orientada para resultados concretos para a economia dos nossos países”.
Masisi, por sua vez, diz que ambos os países têm muito a oferecer um ao outro, por isso recomenda a partilha de conhecimentos.
“Estamos em Moçambique para impulsionar as nossas economias e vocês têm muitas oportunidades e produtos, e nós também, por isso estamos comprometidos em compartilhar os nossos conhecimentos em matérias de defesa e segurança, agricultura, entre outras, usando as vossas instalações para petróleo e gás”.
“Em suma, nós temos algo para vos oferecer e vocês também”, sentenciou, sublinhando que as relações entre os dois países remontam antes da independência de Moçambique.
(AIM)
CC/sg