
Chimoio (Moçambique) 10 Jul (AIM) – Os jovens dos três maiores partidos políticos em Moçambique estão reunidos na cidade de Chimoio, na província central de Manica, para discutir matérias relacionadas com o combate às fake news e discurso de ódio nas plataformas digitais durante os processos eleitorais.
Trata-se de jovens de formações políticas com assento na Assembleia da República (AR), parlamento moçambicano, nomeadamente a Frelimo, RENAMO e o Movimento Democrático de Moçambique (MDM).
O encontro que iniciou. terça-feira (09), terá a duração de três dias. Está a ser organizado pelo Fórum Interpartidário da Juventude (FIJ), com o apoio do Projecto de Democracia e Eleições do PNUD e do Instituto Nacional Democrático (NDI), na sigla inglesa.
Os beneficiários desta formação são membros do Fórum Interpartidário (FIJ) da Juventude.
O FIJ é uma organização que congrega jovens das ligas juvenis dos três partidos políticos com assento na Assembleia da República.
Promove a participação dos jovens, incluindo mulheres e residentes nas zonas rurais, nos processos eleitorais, disseminação da paz e a coesão entre os vários intervenientes eleitorais.
O presidente do Fórum Interpartidário da Juventude, Zacarias Silvestre, explicou que a formação tem como principal objectivo capacitar os seus membros em matéria de quadro legal eleitoral moçambicano, estratégia de mobilização de jovens para maior engajamento em processos eleitorais.
“Sensibilização de jovens para não participarem em acções de violência eleitoral e conscientização sobre os efeitos nefastos das redes sociais na disseminação de discursos de ódio é a principal razão que nos leva a esta formação” disse.
“Esperamos por um processo livre e justo, sem qualquer tipo de violência. Estamos nesta sala a incutir os princípios de boa convivência entre os partidos nos processos eleitorais. Preocupa-nos a participação dos jovens em acções de violência em quase todos os processos eleitorais. Não queremos que isso volte a acontecer”, acrescentou.
Segundo a fonte, na essência, para além destes conteúdos, é importante que os jovens, no processo eleitoral, não se olhem como inimigos, mas sim adversários políticos, respeitando as divergências de opiniões em determinados momentos ou mesmo circunstâncias.
“Gostaríamos que, nos próximos eventos, tenhamos a participação de mais jovens, porque se trata de um processo político e inclusivo, onde havemos de discutir a intervenção dos jovens em todos o processo eleitoral”, afirmou.
Os participantes dos três partidos consideram a formação um momento em que serão doptados de conhecimentos sobre a participação dos jovens nas eleições.
Tendai Sianifala, do partido Frelimo, reconheceu que o seminário é importante para a juventude, sobretudo do seu partido.
“Estamos a ser municiados de conhecimento sobre o processo eleitoral. Também é o momento de nos juntarmos aos outros jovens de outros partidos e perceber como é que eles pensam sobre as eleições. Estamos a interagir com outros jovens e acreditamos que será muito bom para nós”, afirmou.
“É um encontro de união entre três partidos. É minha primeira experiência. Estar entre jovens de diferentes partidos numa única sala é um ganho para mim”, disse Crimilda Raposo, da Renamo.
“Acreditamos que sairemos daqui mais fortificados porque a democracia é um jogo onde não podemos nos olhar como adversários. Queremos uma campanha sem violência nem tumultos”, acrescentou.
Por sua vez, Delton Fondo, do MDM, afirmou ser uma mais valia para a juventude por estarem numa única sala jovens de três partidos políticos.
“O fórum visa moldar os jovens naquilo que são os processos eleitorais. Nós, como MDM, aprendemos o que é um processo eleitoral, seus ciclos e isso faz com que os partidos façam a sua programação”, sublinhou.
“Saberemos como preparar os pleitos eleitorais de acordo com ciclo. Isso permitirá que tenhamos ferramentas para atendermos às questões eleitorais, sem discussões violentas entre as formações políticas”, disse.
(AIM)
Nestor Magado (NM)/dt