
Nyusi recebe em audiência Presidentes dos Parlamentos da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
Maputo, 22 Jul (AIM) – O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, anunciou esta segunda-feira (22), em Maputo, que 5.200 antigos guerrilheiros da Renamo já fixaram as suas pensões e outros 700 ainda continuam a aguardar, no âmbito do processo de Desarmamento Desmobilização e Reintegração (DDR).
“Em Moçambique a arma principal que usamos para gerir os nossos problemas é o diálogo. Tivemos o diálogo directo com a Renamo na altura para parar os conflitos que nunca mais terminavam e conseguimos. No ano passado (2023) pela primeira vez tivemos eleições sem um partido armado na Assembleia da República”, disse Nyusi.
O Chefe do Estado moçambicano falava esta segunda feira, durante a saudação de uma delegação composta por Presidentes das Assembleias Parlamentares da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (PALOP), que estão reunidos em Maputo, sobre presidência da Guiné Equatorial.
“Estamos na fase de reintegração. Esta fase vai ser longa”, advertiu o presidente.
Referiu que o diálogo directo entre Renamo e o governo resultou na aprovação da legislação sobre a descentralização, que determina a eleição de governadores provinciais e implementação do processo de DDR.
Disse ainda que alguns desmobilizados não estão a trazer documentos mas, mesmo assim, o governo continua a priorizar o diálogo com todas forças vivas da sociedade.
Nyusi disse ainda que a Assembleia da República (AR) tem sido flexível, citando como exemplo a lei de descentralização que teve que ir àquele órgão numa altura que não estava agendada, mas com muita rapidez foi discutida e aprovada.
“Quando se pretende a paz, harmonia numa sociedade, as leis têm que defender o cidadão, os interesses do povo, não de ninguém, nós fazemos leis para nos servir e não a um grupo de pessoas “, disse.
Em relação a situação de terrorismo que afecta alguns distritos da província de Cabo Delgado, fez saber que os ataques iniciaram em 2017 e o pico das acções terroristas registou-se entre os anos 2020/2021.
“Temos estado a conviver com este cancro e os nossos amigos todos são solidários com Moçambique. Nas sessões anteriores da CPLP, a nível dos governos, os Estados foram solidários. Mas também tivemos aqui a intervenção directa dos países da SADC, agora já terminaram o seu mandato, mas continuamos com o Ruanda”, disse o Chefe do Estado.
Explicou aos Presidentes das Assembleias Parlamentares da CPLP que algumas vilas, incluindo com destaque a Mocímboa da Praia, Quissanga, Muidumbe que haviam sido ocupadas pelos terroristas, já estão sob controlo do governo e as populações estão a regressar gradualmente.
Avançou ainda que a vila de Palma, não chegou a ser ocupada pelos terroristas, mas foi alvo de dois ataques terroristas. Palma é a zona onde ocorre a exploração de gás natural.
Actualmente decorre em Cabo Delgado, a fase de reconstrução de várias infra-estruturas sociais e económicas, destruídas pelos terroristas.
Refira-se que o encontro de Presidentes das Assembleias Parlamentares da CPLP, que arrancou na tarde desta segunda-feira (22) em Maputo, conta com a participação da Presidente da Assembleia da República de Moçambique, Esperança Bias.
(AIM)
MR/sg