Marracuene (Moçambique), 26 Ago (AIM) – O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, sugere uma reflexão, por parte da classe empresarial dos países membros da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), que potencie a cadeia de valor dos minérios detidos pelos países membros, como forma de tornar a região uma referência global na produção de diversificados produtos.
Nyusi lançou o repto na tarde desta Segunda-feira (26), no município de Marracuene, província de Maputo, sul do país, quando discursava na cerimónia de abertura da 59ª edição da Feira internacional de Maputo (Facim-2024).
Segundo Nyusi, potenciando os minérios, a SADC poderá ter palavra no cenário global frente às grandes potências mundiais.
“Pretendo, a partir deste ponto, sugerir uma reflexão que pode ser inovadora no contexto da cadeia de valor global. Por exemplo, o lítio do Zimbábwe, cobre da Zâmbia, grafite de Moçambique, e cobalto da República Democrática do Congo são suficientes para desenvolver uma cadeia de valor regional que potencie a economia de escala e conferir maior poder negocial face aos domínios das grandes economias existentes na corrida sob o controle das cadeias de valor em África”, recomendou o Chefe de Estado.
Nyusi disse tratar-se de uma oportunidade que aparece no contexto da transição energética e que deve ser abraçada pelos países da SADC e seus empresários.
Aliás, defendeu Nyusi, só com iniciativas conjuntas deste tipo que a região pode se transformar em polo global.
“Havendo uma linguagem colectiva podemos fazer isso na região, porque grandes produtos mundiais precisam destes materiais, e não são necessárias mais de dez horas para se ir ao encontro dos mesmos”, apontou.
O Presidente disse aos empresários que as oportunidades não se fazem apenas em reuniões, mas também no campo. “Os investimentos não se fazem em reuniões, é preciso intervir, mergulhar na economia e ter paciência.”
“Fica lançado o repto a nossa diplomacia económica e a todos os nossos empresários para que agarrem estas oportunidades que se vislumbram com as transformações que ocorrem na actualidade”, disse.
(AIM)
CC/mz