
Maputo, 10 Set (AIM) – Moçambique e Vietname poderão num futuro próximo estabelecer acordos de cooperação no sector da medicina ervanária e tradicional.
O facto foi avançado terça-feira (10) em Hanói, pelo Presidente da República, Filipe Nyusi, que falava em conferência de imprensa que marcou o fim da sua visita oficial de três dias ao Vietname, a convite do seu homólogo vietnamita, Ti Lam.
O estadista moçambicano disse ser pertinente valorizar cursos técnico-profissionais e superiores distintos entre ambos países, incluindo o da medicina ervanária e tradicional, pois o Vietname tem curado diversas enfermidades.
Os vietnamitas já delinearam a organização, funcionamento e competência dos médicos tradicionais, disse Nyusi reconhecendo que em Moçambique ainda não existe nenhuma especialização de ervanários.
“Eu acho que temos muitas clínicas, muitas casas que praticam esse tipo de medicina em Moçambique, e no lugar de serem feitas de uma maneira aleatória podem ser sistematizadas e os hospitais podem incluir isso”, afirmou.
Ao instituir cursos de medicina tradicional no ensino, o Presidente da República acredita que a juventude pode contribuir na investigação, e no tipo de plantas que devem ser utilizadas, uma vez que a indústria do país ainda é muito incipiente.
“A experiência que nós colhemos aproxima-se mais da nossa realidade, então é uma grande vantagem para nós podermos levar esse conhecimento para Moçambique, catalogar e provocar uma matriz que vai dar continuidade”, disse.
Durante a visita, Nyusi também manteve encontro com estudantes moçambicanos no Vietname. Os estudantes apresentaram alguns problemas que os apoquentam, sobretudo dificuldades na renovação de documentos pessoais.
Os estudantes, segundo Nyusi, manifestaram o desejo de ver o sistema de ensino moçambicano valorizando algumas especialidades que estão a frequentar, incluindo a medicina tradicional vietnamita.
Actualmente existem pelo menos 54 moçambicanos no Vietname, maioritariamente estudantes.
Sobre a experiência do Vietname na produção dos frutos do mar, o Presidente acredita ter havido uma troca útil, uma vez que Moçambique possui um potencial para também apostar na indústria de produção dos frutos do mar.
“Temos o mar com uma costa longa, temos águas interiores, incluindo lagoas, barragens e albufeiras, rios. Eles pescam, mas também produzem o peixe em sítios que nós podemos produzir se calhar de forma melhorada”, vincou.
De acordo com Nyusi, já houve encontros sectoriais para que especialistas moçambicanos possam se inteirar da produção do peixe no Vietname, e explicar detalhadamente as condições oferecidas pela hidrografia moçambicana.
Durante a visita que iniciou domingo (08) o Chefe de Estado manteve conversações com o Presidente Ti Lam, para trocar impressões sobre o reforço e aprofundamento das relações históricas de amizade, solidariedade e cooperação entre ambos países.
Esta foi a primeira visita oficial que o Presidente Nyusi efectuou ao Vietname.
(AIM)
AC/sg