
Maputo, 16 Set (AIM) – A Autoridade Reguladora de Águas (AURA), em coordenação com as entidades do sector de águas em Moçambique, está a desenhar estratégias para a redução das perdas de água, actualmente calculadas em cerca de 50 por cento.
Para o efeito, a AURA está em curso na cidade de Maputo o IV Seminário Regional de Capacitação em Regulação e Redução de Perdas, um evento de dois dias, que visa, entre outros os aspectos, aprimorar os mecanismos de intervenção das entidades gestoras do sector de águas e saneamento da Região Metropolitana do Grande Maputo.
“É preocupação geral do regulador, mas acredito que seja da sociedade em geral, tem a ver com as perdas. O nosso nível de perdas no país é alto. Estamos a falar de cerca de 50% de perdas”, disse a administradora da AURA, Julieta Paulo, durante a abertura do Seminário Regional de Capacitação em Regulação e Redução de Perdas, esta segunda-feira (16), em Maputo.
Explicou que a perda de água se verifica tanto em sistemas de grande dimensão como de sistemas de pequena dimensão e, por isso, a AURA, vai delinear, em conjunto, um plano para a redução de nível de perdas a um ponto que se considere aceitável.
Referiu que no âmbito das suas actividades a AURA concluiu que, em alguns momentos, os dados apresentam algumas incongruências, por essa razão, segundo a fonte, no seminário, pretende-se aprimorar a metodologia de recolha de dados.
“Queríamos trazer uma nova abordagem que consideramos recolha de dados em bruto o que vai permitir que a mesma informação que as entidades gestoras têm, o regulador tem”, destacou.
Paulo frisou que uma nova abordagem de recolha de dados vai permitir interagir melhor sobre a matéria ligada aos dados da avaliação do desempenho que nós recolhemos.
Vincou a relevância de ter dados certos na hora de tomada de decisão, “O que entendemos como reguladores é que dados certos produzem decisões certas”.
Questionada sobre o número de operadores de água não licenciados, a Administradora da AURA respondeu “Na base de dados da Aura, nós temos cerca de 1.800 prestadores de serviço de abastecimento de água e, desses, cerca de 20 a 25 por cento estão licenciados, o que nós queremos é aumentar o número de provedores de serviço licenciados”.
Vale lembrar que a empresa Águas da Região Metropolitana de Maputo afirma que as perdas comerciais, como roubo de água, vandalizações e ligações clandestinas, resultam em um prejuízo anual de cerca de 50 a 60 milhões de dólares.
Por sua vez, Rogério Batina, em representação da Direcção Nacional de Abastecimento e Saneamento (DNAAS) disse que redução de perdas tem um impacto substancial na sustentabilidade das empresas, dos fornecedores privados e também dos operadores, e sobretudo para os consumidores.
Disse ainda que é expectativa da DNAAS que, no fim do seminário, as empresas, os fornecedores privados possam adoptar medidas eficientes para a redução de perdas e, sobretudo, para a melhoria operacional.
Sobre a gestão de dados, Batina declarou que a gestão eficiente de dados vai para além da simples organização de informações e deve traduzir-se a melhoria substancial na eficiência operacional.
“Se os dados que nós temos não se traduzem na eficiência operacional, então os dados não vão servir para nada”, frisou.
(AIM)
SNN