
Maputo, 27 Jun (AIM) – O governo moçambicano manifesta a sua preocupação com a persistência de um número elevado de provedores de água potável que operam sem licença, colocando em causa qualidade do serviço e estabilidade do sector.
A preocupação foi expressa hoje (27), em Maputo, pelo secretário permanente do Ministério das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos, Hélio Banze, durante a abertura do Seminário de gestão de conflitos dos provedores de água potável e de gestão de perdas nos sistemas de abastecimento de água.
“Preocupa-nos ainda, como governo, a persistência de um número significativo de provedores de água sem licença”, disse na abertura do evento, de dois, que decorre sob o lema “Por um serviço de abastecimento de água e saneamento centrado na satisfação do consumidor”.
Banze considera que o licenciamento tem em vista, não só a protecção do consumidor, como também dos provedores de água que já estão licenciados e todo o sistema que compõe o processo do serviço de abastecimento de água.
A fonte também abordou outra preocupação relacionada com o desperdício do precioso líquido por razões de vária ordem.
“Tem sido com muita preocupação que tomamos conhecimento, através do relatório das entidades do sector de águas, que uma parte importante da água que é tratada e bombeada para o consumo humano, perde-se por diversas razões, acarretando custos elevados aos investimentos planificados pelo sector”, disse.
Explicou que a água tratada e não entregue ao consumidor, implica água tratada não facturada, não reinvestida no sistema e isso constitui preocupação do sector.
Destacou que o desperdício de água tratada, por um lado, reduz o acesso das populações a água potável e compromete a eficácia dos investimentos que o governo tem estado a fazer e, por outro, compromete a expansão do fornecimento de água para mais consumidores.
Banze vincou que os níveis actuais de perda de água torna os objectivos do governo [incremento de infra-estruturas e da sustentabilidade das operações], inalcançáveis
“A redução de perdas de água é para o governo uma prioridade e deve ser considerada pelos intervenientes da cadeia do Serviço de Abastecimento de Água como sendo uma primária prioridade e, por isso, não só contribuirá para a racionalização dos investimentos públicos, assim como para a optimização e redução da captação das águas dos rios e do subsolo, recursos naturais que todos nós sabemos que são esgotáveis”, disse.
Banze apontou ainda como preocupação do governo a existência de consumidores que não têm estado a honrar com os seus compromissos de pagamento das facturas e de alguns provedores que precisam de melhorar os seus serviços.
“A existência de consumidores que não estão a pagar as facturas dificulta, de certa maneira, a expansão do serviço de fornecimento de água a mais pessoas e fragiliza os investimentos e as empresas provedoras tornam-se insustentáveis”, disse.
O Secretário Permanente espera que com o trabalho a ser desenvolvido no seminário, envolvendo os intervenientes-chave do sector da água, sejam encontradas soluções urgentes e consistentes para que os investimentos que estão sendo feitos sirvam às necessidades da população e à sustentabilidade das empresas provadoras de água.
O licenciamento de provedores de água foi também incentivado pela Presidente do Conselho de Administração da Autoridade Reguladora de Agua (AURA) Suzana Loforte.
“É preciso que todos os provedores estejam devidamente licenciados, uma vez que neste momento, do levantamento rápido que nós temos feito nos últimos anos, cerca de 70% não estão licenciados”.
(AIM)
SNN/sg