Maputo, 20 Set (AIM)- O Ministério da Saúde (MISAU) desafia a Associação Moçambicana de Pediatras (AMOPE) a tornar-se mais interventiva no combate e prevenção de doenças.
O desafio foi lançado quinta-feira (19) em Maputo, pelo Secretário Permanente (SP) do MISAU, Ivan Manhiça durante a abertura VI Congresso da AMOPE.
“A situação epidemiológica actual de Moçambique é marcada pelo triplo facto de doenças, caracterizada pela manutenção de peso elevado de doenças transmissíveis, intermédio de doenças crónicas não transmissíveis “, referiu Manhiça.
“As perspectivas para as próximas décadas apontam uma situação de saúde um pouco complexa, exigindo da Associação de Pediatras um papel cada vez mais interventivo na geração de evidências científicas multidisciplinar para informar, formular políticas do sector de saúde e soluções “, disse o governante.
Disse que a mudança do actual cenário passa pela superação dos actuais desafios, com destaque para o aumento dos recursos humanos especializados, formação de profissionais de saúde em áreas pediatras, incluindo os níveis de pós-graduação entre outros.
O MISAU afirma que a formação de saúde integral da criança, o desenvolvimento de acções de prevenção de doenças, assistência a criança e adolescentes estão entre às prioridades do sector da saúde.
O inquérito demográfico da saúde indica que o país depara ainda com desafios para seguir o cuidado pediátrico que incluem complicações durante a gravidez, problema geral de partos e cuidados neonatais.
“Queremos reconhecer a essência de iniquidades ao acesso aos serviços de saúde, principalmente aqueles praticados por médicos especialistas, neste caso, médicos pediatras “, disse.
As iniquidades referidas ampliam os resultados das doenças infecciosas e não transmissíveis, facto que constitui um desafio para os gestores, profissionais da saúde e a sociedade no geral.
Por seu turno, a Presidente da AMOPE, Carla Wale, explicou que o objectivo do VI Congresso de Pediatria é a partilha de conhecimentos científicos visando encontrar soluções e melhorar a saúde das crianças e adolescentes em Moçambique.
“Em termos de recursos humanos, temos poucos pediatras, gostaríamos de ter mais pediatras ao longo do nosso país, como se viu a maior parte estão concentrados no Hospital Central, temos muito pouco ao nível das províncias, o nosso desafio é formar os nossos recursos humanos para que possam prestar maior serviço a nossa população “disse Wale.
Disse ainda que o seu sector regista actualmente, doenças infecciosas, diarreicas e algumas doenças respiratórias.
“Acabamos de sair do Inverno, as nossas doenças são geralmente sazonais, mas estamos a entrar no período de calor em que a malária tem maior prevalência, esse é o nosso grande desafio neste momento, também temos crianças que têm meningite e algumas sofreram traumas devido aos acidentes de viação “, referiu a presidente da AMOPE.
Refira-se que o VI Congresso da AMOPE decorre sob lema Promovendo a Saúde Integral da Criança e do Adolescente: Desafios e Perspectivas “
(AIM)
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