Académicos, profissionais de educação e saúde pedem a Chapo isenção ao pagamento de taxas nas escolas e hospitais

Maputo, 26 Set (AIM) – Académicos, profissionais de educação e saúde pedem ao candidato à presidência da República de Moçambique, Daniel Chapo, a isentar o pagamento ao acesso aos serviços básicos, particularmente energia eléctrica e água, nas escolas, hospitais públicos, unidades policiais, para que as suas actividades possam fluir com o dinamismo desejado.

O pedido foi formulado esta quinta-feira (26) durante o encontro mantido em Maputo com académicos, profissionais de educação e saúde.

“Deve-se buscar soluções para problemas crónicos; há muita expectativa da população de ver alguns problemas que fazem parte de nós, resolvidos. Eu queria sugerir; nos próximos cinco anos termos uma política do governo que isenta as escolas, os hospitais, postos policiais, do pagamento de energia, da água, e negociar o IVA com essas instituições, eu penso que pode ser uma solução por parte desses problemas”, disse Marcelo Nhampule, um dos participantes.

Caso se efective o pedido, o governo poderá, segundo Nhampule, exigir um maior dinamismo e eficácia das instituições abrangidas pelas isenção.

Nhampule propõe ainda que o próximo governo aposte em gráficas nacionais para a impressão do livro escolar para evitar os atrasos que actualmente se verificam, bem como a saída de divisas.

Por seu turno, Nunes de Sousa, propõe que o sistema nacional de ensino inclua a produção de talentos, desde o nível elementar ao superior, abrangendo o técnico-profissional.

“Esse desafio pressupõe uma grande interligação entre os subsistemas primário, sistema básico, secundário, ensino técnico-profissional, inclusive as universidades para terem como referência a qualidade do ensino”, disse De Sousa.

Para a participante Paula Marrupia, uma das soluções para descongestionar as enchentes que se verificam nas unidades sanitárias públicas provinciais e centrais é o apetrechamento das unidades sanitárias primárias e secundárias com recursos humanos e equipamentos a altura, bem como uma melhor fiscalização.

“Com unidades primárias robustas, evitaríamos o congestionamento a nível quaternário, hospitais centrais, etc, porque os hospitais centrais estão a acumular a maioria dos especialistas”, afirmou Marrupia, sublinhando de seguida que, ao lançar os especialistas nas unidades primárias, precisam sobretudo de equipamento adequado para praticar o conhecimento adquirido.

Já o presidente da Associação Médica de Moçambique, Napoleão Viola, recomenda ao novo ciclo do governo a penalizar com maior severidade os casos de corrupção no sector da saúde.

Segundo Viola, a medida poderia ajudar a travar o desvio de medicamentos do Sistema Nacional de Saúde

“Achamos que o problema está num outro nível, que é a justiça; quando um profissional tiver a certeza que se roubar medicamentos será punido, que a justiça vai estar em cima dele, certamente que vai deixar de roubar”, disse.

Num outro desenvolvimento, Chapo disse que as políticas públicas não têm tido o seu espaço de implementação por causa dos parceiros estrangeiros.

Amiúde, os financiadores recomendam políticas que entram em choque com os objectivos traçados internamente, e acabam inviabilizando os objectivos estabelecidos pelo Executivo.

“Sobre o livro escolar, por exemplo, nós temos uma grande gráfica, da Sociedade do Notícias, com uma grande capacidade para imprimir o livro escolar, mas para isso, temos que ter o nosso dinheiro. Quando o dinheiro é do dono, ele é que diz onde deve ser feito o livro. Daí que eu sempre tenho dito que não se faz educação, não se faz a saúde com o dinheiro dos outros”, disse.

Durante o encontro, Chapo pediu o voto dos presentes para poder ter a exclusividade de viabilizar as propostas.

Chapo concorre com três candidatos, nomeadamente Ossufo Momade, Renamo, líder do maior da oposição; Lutero Simango, apoiado pelo Movimento Democrático de Moçambique, o segundo partido da oposição e Venâncio Mondlane, do partido extra-parlamentar, Povo Optimista para o Desenvolvimento de Moçambique.

Além das presidenciais, Moçambique realiza também no mesmo dia, as VII eleições legislativas e IV dos Membros das Assembleias Provinciais e do Governador de Província

Ac/sg