
Antigos guerrilheiros da Renamo. Foto arquivo
Maputo, 04 Out (AIM) – Perto de 2.000 antigos guerrilheiros da Renamo, a maior força política na oposição em Moçambique, têm os seus processos finalizados e está em curso o pagamento das suas pensões, no âmbito do Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR).
Até 30 de Setembro do ano em curso, 4.215 processos dos 5.221 existentes deram entrada no Ministério dos Combatentes, tendo sido remetidos 4.161 processos ao Instituto Nacional de Previdência Social.
Deste número, 4.140 processos foram fixados as respectivas pensões, dos quais 3.930 já visados pelo Tribunal Administrativo (TA) e, destes, 1.808 pensões estão no processo de pagamento, enquanto os restantes estão em fase de regularização documental com o envolvimento da Renamo.
O facto foi revelado hoje pelo Presidente da República, Filipe Nyusi, durante a cerimónia de deposição de coroa de flores por ocasião da celebração do Dia da Paz e Reconciliação Nacional.
O evento assinala a passagem do 32º aniversário da assinatura do Acordo Geral de Paz (AGP) que marcou o fim da guerra de 16 anos entre o governo e a Renamo.
Na ocasião, o Chefe do Estado enalteceu o compromisso dos moçambicanos no alcance de uma paz efectiva, privilegiando sempre o diálogo e destacou esforços empreendidos na luta contra o terrorismo.
“É certo de que continuamos a enfrentar o desafio do terrorismo em Cabo Delgado, cujo combate tem vindo a registar sucesso com a desarticulação das acções dos terroristas, redução dos ataques e retorno gradual das populações”, disse.
Disse ainda que, “graças a bravura e o empenho das nossas Forças de Defesa e Segurança, nas últimas semanas, foram postos fora de combate vários terroristas, destruídos importantes acampamentos e capturado material bélico e de propaganda”.
Nyusi admitiu que o país pode buscar inspiração nos modelos desenvolvidos noutros países para robustecer ainda mais o modelo moçambicano.
“Por exemplo, a experiência de criação de uma Comissão Nacional de Paz e Reconciliação em outros países pode ser explorada para a institucionalização de um mecanismo inclusivo com o envolvimento de vários actores na promoção de uma sociedade de paz, justiça e harmonia “, sugeriu.
Refira-se que foram atribuídos, em todo país, medalhas da luta de libertação de Moçambique para 204 veteranos da luta pela independência nacional, medalha de mérito militar para 50 membros das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM) e medalhas de mérito da Polícia a 22 cidadãos.
(AIM)
ZT/dt