
Presidente da República, Filipe Nyusi. Foto arquivo
Maputo, 19 Nov (AIM) – O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, convida os quatro candidatos presidenciais ao diálogo, nomeadamente, Daniel Chapo, Venâncio Mondlane, Ossufo Momade e Lutero Simango, que concorreram nas eleições gerais de 09 de Outubro último, para a busca de soluções para ultrapassar a actual crise pós-eleitoral que assola o país.
Daniel Chapo é o candidato da Frelimo, partido no poder; Venâncio Mondlane, do partido Povo Optimista para o Desenvolvimento de Moçambique (PODEMOS); Ossufo Momade, Renamo o maior partido da oposição e Lutero Simango, do Movimento Democrático de Moçambique (MDM).
O convite foi formulado hoje (19) em Maputo, pelo Chefe do Estado, durante uma comunicação à Nação, sobre a situação no país no período pós-eleitoral.
“Quero aproveitar esta ocasião para convida todos os quatro candidatos para aceitar o meu apelo e posterior encontro para reunir com os quatro para, em conjunto, avaliarmos esta situação e encontrarmos uma solução que beneficie os moçambicanos”, disse.
Sublinhou que os moçambicanos têm uma larga experiência na resolução dos seus problemas, bastando para o efeito, um entendimento mútuo e busca de consensos.
“O país precisa de todos nós. O nosso povo precisa de nós. Não há problema que não possa ser resolvido pelos moçambicanos. Todos os problemas podem ser resolvidos através do entendimento mútuo e da busca de consensos”, referiu.
“Podem estar certos de que durante todo este tempo nunca paramos de trabalhar para reverter esta situação, mas, sempre digo, nós não gritamos para dizer que estamos a trabalhar, nunca demos e nem daremos pausa na defesa dos direitos do cidadão”, acrescentou.
Reconheceu que, nos últimos dias, as manifestações violentas tendem a reduzir, apesar de ainda prevalecer o medo e ódio nos moçambicanos.
Embora ainda com receio, maior parte dos moçambicanos, segundo Nyusi, começam a retomar as suas actividades diárias, depois de quase um mês de dias de manifestações.
“Temos que estar juntos para resolver os nossos problemas. Vamos libertar-nos também do egoísmo, porque não é com egoísmo que nós podemos resolver esse problema e não queremos que haja que o principal ou que resolve o problema. Nós queremos que o problema seja resolvido pelos moçambicanos. Para que eu tenha sucesso nesta missão, precisamos de todos nós e de cada um de vocês”, disse.
As manifestações são convocadas por Venâncio Mondlane que não reconhece os resultados do apuramento central anunciados a 24 de Outubro pela Comissão Nacional de Eleições (CNE), ora submetidos ao Conselho Constitucional (CC) órgão soberano que compete especialmente administrar a justiça em matérias jurídico-constitucionais e, em última instância, de contencioso eleitoral no país.
O CC ainda não divulgou os resultados porque está a avaliar as reclamações apresentadas pelos partidos participantes nas eleições.
Hoje, através da sua página de Facebook, Venâncio Mondlane convocou novas manifestações que deverão iniciar às 12h00 até às 12h15 [hora de Moçambique] e das 21h00 até às 22h00.
As de duração de 15 minutos, Venâncio Mondlane explicou que consistem ´parar tudo´ em todo o território moçambicano, e que vestidas de roupas pretas, todas as pessoas devem parar, seja aonde estiverem, como forma de homenagear as vítimas das manifestações.
“Quando forem 12 horas, todas as viaturas devem parar e provocar engarrafamentos, devem ao mesmo tempo buzinar. Aos que não têm viaturas devem levantar dísticos com dizeres”, disse.
No entanto, as Forças de Defesa e Segurança, segundo Nyusi, vão continuar a assegurar a livre circulação de pessoas e bens, e da propriedade privada e pública, para a retoma da normalidade social.
“Por isso, continuamos a apelar à calma aos moçambicanos até a validação e proclamação dos resultados pelo Conselho Constitucional”, disse.
Os resultados eleitorais divulgados pela CNE dão vitória à Chapo, suportado pela Frelimo, partido no poder, que amealhou 70,67 por cento dos votos, seguido de Venâncio Mondlane, que obteve 20,32 por cento. Em terceiro lugar está Momade (5,81 por cento) e Simango (3,2 por cento).
(AIM)
AC/sg