
Venancio Mondlane, candidato presidencial. Foto de Ferhat Momade
Maputo, 21 Nov (AIM) – O segundo candidato presidencial mais votado no escrutínio de 09 de Outubro último, Venâncio Mondlane, aceitou hoje (21), o convite formulado pelo Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, para o diálogo e ultrapassar a crise pós-eleições que se instalou no país.
O convite para o diálogo é extensivo a outros três candidatos, e tem por objectivo a busca de soluções para a crise pós-eleições, marcada por manifestações populares, convocadas por Venâncio Mondlane e que, amiúde, acabam degenerando em violência.
Numa transmissão feita hoje ao vivo na sua página do Facebook, a partir de parte incerta, Mondlane prometeu remeter nas primeiras horas de sexta-feira (amanhã), ao Gabinete do Chefe do Estado, um ofício com a proposta da agenda dos pontos que gostaria que fossem à mesa do debate, com o objectivo de encontrar soluções para se estancar as manifestações violentas que estão a mergulhar o país numa crise pós-eleitoral sem antecedentes.
De acordo com o candidato presidencial que protesta os resultados eleitorais por via de manifestações populares nas ruas, recebeu durante os últimos 7 dias, cerca de 40 mil correspondências (e-mails) de cidadãos moçambicanos e não só, propondo caminhos a seguir para continuar a lutar pela alegada justiça eleitoral.
Mondlane diz ter filtrado e harmonizado todas as ideias, que resultaram nos pontos que levará ao Gabinete do Presidente da República para debate no encontro marcado para o dia 26 do corrente mês, com outros candidatos presidenciais, nomeadamente, Daniel Chapo da Frelimo, partido no poder, Ossufo Momade da Renamo, o maior partido da oposição e Lutero Simango do Movimento Democrático de Moçambique.
A fonte entende que só vai a uma mesa de diálogo com uma agenda prévia, daí que tomou a iniciativa de propor os pontos a serem discutidos.
Refira-se que, ainda na quarta-feira, reiterando o seu compromisso com o diálogo como caminho para a paz, o PR reiterou o convite aos quatro candidatos, assegurando que os convites formais já haviam sido distribuídos aos visados, para viabilizar um encontro que se acredita ser momento chave para a crise que se vive no país.
Hoje foi a segunda vez que Nyusi voltou a abordar o assunto.
O convite do PR é visto por vários segmentos da sociedade, como um sinal inequívoco do seu compromisso com a paz.
O candidato presidencial suportado pelo partido PODEMOS, enfrenta neste momento, um processo cível movido contra si pelo Ministério Público, exigindo uma indeminização superior a 30 milhões de meticais (cerca de meio milhão de dólares) por incitação à desordem que desembocou em danos e prejuízos avultados.
Na sua comunicação, Nyusi imputou a responsabilidade sobre a violência que se assiste em Maputo, a quem convocou as manifestações, Venâncio Mondlane, alegando que foi incapaz de impedir a eclosão de focos de violência.
(AIM)
PC/sg