
Foto Família do Fórum Anual de Media e Cidadania
Maputo, 2 Dez (AIM) – O vice-ministro dos Transportes e Comunicações, Hamilton Alissone, reconhece que o governo, com o surgimento massivo de plataformas digitais, o executivo moçambicano enfrenta desafios na regulamentação de forma equilibrada, garantindo a liberdade de imprensa, combatendo a desinformação sem, no entanto, interferir no direito de liberdade de expressão no país.
“Vivemos numa era de transformações profundas impulsionadas pela digitalização. Se por um lado ela traz oportunidades para modernizar as operações dos Media, explorar o acesso a informação e dinamizar a comunicação, por outro lado impõe desafios que não se pode ignorar”, disse Alissone, hoje, em Maputo durante o Fórum Anual de Media e Cidadania: Os desafios de sustentabilidade dos media na era da digitalização.
Reconheceu que a inclusão digital é um outro desafio, pois apenas 20% da população moçambicana tem acesso a Internet, facto que ameaça criar formas de exclusão de acesso aos conteúdos veiculados através da Internet.
“Ciente desta realidade o Ministério dos Transportes e Comunicações defende a digitalização como uma das suas quatro prioridades estratégias. Estão decorrendo várias iniciativas de liberdade de expressão, de acesso às Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) por forma a garantir que todos moçambicanos se beneficiem da Internet da era digital e economia digital”, disse Alissone.
O combate à desinformação é outro desafio que ensombra a Media digital tendo em conta que o jornalismo continua a ser uma referência de rigor e profissionalismo, especialmente num ambiente onde é que as chamadas noticias falsas podem facilmente manipular a opinião pública e comprometes a coesão social.
“A sustentabilidade final e empresarial dos Media é outro desafio imposto pela digitalização. Os tradicionais meios de comunicação precisam de soluções sustentáveis que assegurem a viabilidade económica das empresas de comunicação social”, referiu.
Acrescentou que o governo está ciente do papel dos Media na promoção e fortalecimento da democracia.
O Capítulo Moçambicano do Instituto de Comunicação Social da África Austral (MISA Moçambique), Jeremias Langa, informou que a transformação digital acelerada está a mudar às dinâmicas de comunicação, facto que obriga o sector a pensar em sustentabilidade e adoptar modelos de negócio, protegendo valores fundamentais que definem o jornalismo, nomeadamente, a seriedade, independência, liberdade de expressão e o direito a informação.
Ressalvou ainda que actualmente os midias enquanto pilar da democracia enfrentam desafios relacionados a desinformação, pirataria digital, mudanças de ecossistemas de produção e recepção gerando novas lógicas do mercado que alteram profundas os modelos anteriores do negócio dos Media.
O evento, de cinco dias, junta gestores de órgãos de comunicação social, diplomatas, jornalistas, entre outros convidados.
(AIM)
MR/sg