Maputo, 09 Dez (AIM) – O Consórcio Mais Integridade, uma das organizações da sociedade civil que fez a contagem paralela de votos no escrutínio de 09 de Outubro último, respondeu negativamente ao pedido de partilha dos editais das eleições gerais, solicitado por Lúcia Ribeiro, presidente do Conselho Constitucional, órgão com competência para validar os resultados da eleitorais.
A organização, entende que neste contexto da falta de confiança, e ausência de integridade nas instituições, aliado a solicitação tardia da mesma informação, temem que os editais na sua posse possam ser usados para legitimar o processo.
Conselho Constitucional, é o órgão que está a realizar o trabalho de proclamação e validação dos resultados eleitorais, através de confrontação dos editais oriundos da Comissão Nacional de Eleições (CNE), partidos políticos e sociedade civil.
Fundamenta a sua recusa pelo facto de a organização, ter constatado durante o processamento dos editais, especificamente das províncias de Nampula e Zambézia, os dois maiores círculos eleitorais do país, evidências de alegada fraude que inclui discrepâncias entre votos contabilizados nas urnas das presidenciais, legislativas e provinciais.
Além disso, o consórcio entende que os editais na sua posse, não iriam contribuir para a verdade eleitoral, porque foram falsificados e são contrários aos resultados que os mais 2.000 observadores presenciaram no momento da contagem de votos e desta forma, a organização não pretende ser fonte de deturpação da verdade eleitoral.
Para além disso, a organização refere que os observadores do consórcio, reportaram irregularidades que forçaram o Mais Integridade a não publicar os resultados da contagem paralela, uma vez que mostra níveis altos de irregularidades que tornam impossível apurar os resultados reais das eleições nas províncias em causa.
“Reportamos irregularidades graves como é o uso excessivo do voto especial, votos plurimos, anulação e invalidação de votos da oposição, enchimentos de urnas e até aliciamento dos delegados dos partidos da oposição com valores monetários para permitir o enchimento”, lê-se na resposta do Mais Integridade enviado ao CC.
Mais Integridade lembra que, nas legislativas de 2023, forneceu todos os editais da contagem paralela das autárquicas de Maputo e Matola.
(AIM)
PC/sg