Maputo, 9 Dez (AIM) – O Comando Geral da Polícia da República de Moçambique (PRM) anunciou hoje (9) a detenção de 77 indivíduos em conexão com vários ilícitos cometidos ao longo dos últimos cinco dias, incluindo colocação barricadas na via pública, extorsão, vandalismo a bens públicos e privados, saque a estabelecimentos comerciais e outros ilícitos cometidos sob a alegação de protestos eleitorais.
No mesmo período foram instaurados 119 processos que foram remetidos ao Ministério Público (MP).
As manifestações dos últimos cinco dias são referentes a quarta fase da quarta etapa, que Mondlane chama de “Etapa 4×4”, durante a qual, segundo ele, nenhuma viatura deve circular entre 08h00 e 16h00 locais.
Nesta fase, que termina quarta-feira, Mondlane diz que quer ver também as fronteiras, os portos e aeroportos paralisados, devendo as manifestações ocorrer em todos os bairros.
Enquanto isso, ainda persiste o bloqueio total ou parcial das vias rodoviárias, recorrendo a viaturas e diversos objectos, tendo destacado a situação registada domingo nas Estradas Nacionais Número 1 (EN1) e Número 2 (EN2) em Bobole e Ressano Garcia, roubo e saque de propriedade alheia, envolvimento de crianças e adolescentes em acções tumultuosas.
Segundo o porta-voz do Comando Geral da PRM, Orlando Mudumane, no período referido foram registados 170 casos de perturbação grave da ordem pública no país.
“Tiveram como consequência a destruição total, com recurso a bombas de fabrico caseiro, de vários edifícios públicos e privados com destaque para cinco postos policiais, quatro postos administrativos, uma Conservatória do Registo Civil e Notariado, invasão e vandalização de estabelecimento penitenciário, fogo posto a quatro residências e registo de 47 feridos dentre graves e ligeiros”, disse Mudumane.
“Os membros e simpatizantes do PODEMOS, instigados pelo cidadão Venâncio Mondlane, continuam a perpetrar actos de violência, vandalismo e sabotagem, um pouco por todo país, perturbando a paz, a ordem e segurança públicas e a livre de circulação de pessoas e bens”, referiu o porta-voz do Comando Geral da PRM.
Explicou que estes actos estão a contribuir negativamente na vida da população, pois muitos estão impossibilitados de aceder aos hospitais, locais de trabalho, eventos sociais entre outros.
A PRM, mais uma vez, pede a colaboração de todos denunciando tempestivamente quaisquer actos que atentam contra a ordem e segurança públicas no país, mantendo-se atentos e vigilantes.
“A par dos actos de violência, vandalismo e sabotagem, circula muita desinformação nas redes sociais e outras plataformas digitais, com vista a manipular, instrumentalizar as mentes dos cidadãos e fomentar conflitos e caos no país”, advertiu.
A PRM apela a não adesão a este tipo de manifestações que resulta na destruição massiva de infra-estruturas públicas e privadas, paralisação de serviços públicos essenciais e bloqueio de fontes de rendimento e sustento de muitas famílias.
Desde 21 de Outubro, que Moçambique vive momentos difíceis, devido as manifestações violentas convocadas pelo candidato presidencial suportado pelo partido extraparlamentar Povo Optimista para o Desenvolvimento de Moçambique (PODEMOS), Venâncio Mondlane, que contesta os resultados das eleições gerais de 09 de Outubro último.
As referidas manifestações, que o ministro do Interior, Pascoal Ronda, considera de ilegais, já resultaram na morte de várias dezenas de pessoas, ferimento de outras centenas, vandalização de infra-estruturas públicas e privadas, saques em estabelecimentos comerciais e paralisação de serviços, com impacto negativo para a economia familiar e do país, no geral.
Os resultados apresentados pela Comissão Nacional de Eleições (CNE), a 24 de Outubro, dão vitória expressiva à Frelimo, partido no poder, e ao seu candidato presidencial, Daniel Chapo. Mas os mesmos carecem da validação e proclamação pelo Conselho Constitucional.
(AIM)
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