
Samia Hassan, Chefe de Estado tanzaniana e Presidente em exercício do Órgão de Cooperação nas Áreas de Política, Defesa e Segurança da SADC
Maputo, 01 Jan (AIM) – A Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) apela à cessação imediata de todas as hostilidades em Moçambique, de modo a restaurar a paz e tranquilidade no país
O apelo é de Samia Hassan, Chefe de Estado tanzaniana e Presidente em exercício do Órgão de Cooperação nas Áreas de Política, Defesa e Segurança da SADC expresso em comunicado divulgado terça-feira (31).
“Apelamos à cessação imediata de todas as hostilidades, reiterando a importância de priorizar o bem-estar e os meios de subsistência do povo moçambicano”, lê-se no comunicado.
A SADC também apela a todas as partes para que exerçam contenção e se abstenham de actos que exacerbam a violência e agitação.
Reafirma igualmente a sua disponibilidade para ajudar, através de mecanismos adequados, a busca de uma resolução pacífica para os desafios existentes.
Salienta que todas as partes devem abraçar o diálogo pacífico e construtivo como a via preferida para resolver as reclamações.
“A nossa aspiração colectiva continua a ser a restauração da harmonia e da estabilidade em Moçambique, em linha com a nossa visão partilhada de boa governação, coesão social e desenvolvimento sustentável na região”, afirma a estadista tanzaniana.
Refira-se que a 9 de Outubro último os moçambicanos foram às urnas num ambiente geralmente calmo e pacífico, o que foi constatado na Declaração Preliminar da Missão de Observação Eleitoral da SADC (SEOM) emitida em Maputo em 11 de Outubro de 2024.
No entanto, os acontecimentos políticos registados no período pós-eleitoral foram marcados por protestos e actos de violência que resultaram na perda de muitas vidas. O anúncio dos resultados oficiais das eleições, em 23 de Dezembro de 2024, exacerbou o clima de tensões no país.
Por isso, disse Samia Hassan, “estamos profundamente preocupados com a perda contínua de vidas e a ocorrência de lesões corporais, assim como a destruição de propriedade privada e de infra-estrutura pública”.
A situação actual também trouxe grandes desafios económicos ao país, e continua a perturbar o comércio transfronteiriço e impedir a livre circulação de pessoas.
Aliás, as autoridades sul-africanas já anunciaram que a paralisação da fronteira de Ressano Garcia, a maior terrestre em Moçambique causa um prejuízo à economia daquele país vizinho na ordem de 10 milhões de randes por dia.
Outros países que já manifestaram a sua preocupação do impacto da instabilidade politicam na economia são o Reio de Eswatini, Zimbabwe, Malawi e a Zâmbia.
(AIM)
sg