Maputo, 06 Jan (AIM) – A Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) afirma que não se pode manter indiferente perante a crise que se instalou em Moçambique, após a divulgação dos resultados das VII Eleições gerais de 07 de Outubro último.
Esta asserção foi assumida sábado (05) durante a Cimeira Extraordinária de Chefes de Estado e de Governo da Troika do Órgão, realizada em formato virtual, que tinha como principal ponto da agenda a busca de soluções para a Situação Política e de Segurança Pós-Eleitoral em Moçambique.
O evento foi dirigido pela estadista tanzaniana, Samia Hassan, na sua qualidade de Presidente do Órgão da SADC para a Cooperação nas Áreas de Política, Defesa e Segurança.
“No seu discurso de abertura, a Presidente do Órgão da SADC, Sua Excelência a Dra. Samia Suluhu Hassan, sublinhou que a região da SADC não se pode dar ao luxo de ignorar o que está a acontecer na República de Moçambique, especialmente quando isso tem um impacto directo no tecido socioeconómico de toda a região”, lê-se no comunicado desta organização regional.
Já o Presidente cessante do Órgão, o Chefe de Estado da Zâmbia, Hakainde Hichilema, advertiu que a situação política e de segurança não só está a afectar todo o povo moçambicano, mas também a dificultar o comércio regional em sectores críticos como a produção de energia, bem como o transporte de pessoas e bens.
Por isso, vincou a necessidade de a SADC apoiar firmemente as intervenções destinadas a restaurar a paz e a estabilidade em Moçambique através de uma acção colectiva na promoção da segurança e da cooperação regionais.
A Cimeira também instruiu o Comité Interestatal de Defesa e Segurança a propor medidas para proteger as rotas comerciais regionais, os corredores humanitários e o transporte de energia, encontrando simultaneamente soluções para os desafios políticos e de segurança em Moçambique.
O Secretário Executivo da SADC, Elias Magosi reiterou a solidariedade da região para com o povo moçambicano num espírito de unidade e cooperação para abrir caminho para que o povo moçambicano regresse a uma vida normal de paz e prosperidade.
“A Cimeira mandatou o Painel de Anciãos da SADC, apoiado pelos Estados membros da Troika do Comité Ministerial do Órgão (MCO), nomeadamente o Malawi, a Zâmbia e a República Unida da Tanzânia, e o Secretariado da SADC, para dialogar com o Governo de Moçambique e os principais líderes da oposição sobre o ambiente pós-eleitoral em Moçambique e apresentar um relatório ao Presidente do Órgão da SADC até 15 de Janeiro de 2025”, lê-se no documento.
Os participantes manifestaram o seu apreço com a Presidente do Órgão da SADC por ter convocado o evento e pela sua liderança na galvanização dos esforços regionais com vista a alcançar uma paz e segurança duradouras na região da SADC.
Outros participantes no evento destaca-se a ministra dos negócios estrangeiros do Malawi, Nancy Tempo, em representação do próximo Presidente do Órgão de Cooperação nas Áreas de Política, Defesa e Segurança da SADC, o malawiano Lazarus Chakwera.
(AIM)
Sg