
Mulheres da ilha de Mocambique na provincia de Nampula, no comercio informal de venda de comidas como actividade de subsistencia. Foto de Ferhat Momade
Maputo, 15 Jan (AIM) – Todas as decisões que serão tomadas durante o mandato, de cinco anos, do próximo governo moçambicano, estarão centradas no povo, anunciou hoje (15) o Presidente da República, Daniel Chapo, iniciou hoje.
“Por isso, hoje venho falar sobre as mudanças importantes que vão transformar o modo como o nosso governo vai funcionar, colocando o povo no centro de todas as decisões”, disse Chapo, durante o discurso inaugural hoje, na Praça da Independência, em Maputo, que marca o início dos cinco anos de Presidência de Moçambique.
A cerimónia de investidura de Chapo é fruto da sua vitoria nas VII eleições presidenciais, de 09 de Outubro último. No mesmo dia, tiveram lugar as VII eleições legislativas e as IV para as assembleias provinciais.
Uma das formas de colocar o povo no centro das atenções, segundo Chapo, é a criação de um Banco de Desenvolvimento, como forma de transformar o desenvolvimento acessível para todos os moçambicanos.
“Queremos um futuro onde o desenvolvimento seja acessível a todos. Por isso, vamos criar o Banco de Desenvolvimento de Moçambique, que terá a missão de estruturar, financiar e impulsionar projectos estratégicos para o progresso do nosso país”, afirmou.
Com os recursos gerados por activos, tais como exploração de gás natural na Bacia do Rovuma, província nortenha de Cabo Delgado, segundo Chapo, vão capitalizar o Banco de Desenvolvimento e investir de imediato em outros projectos que transformem a vida dos moçambicanos.
Vale lembrar que os projectos instalados em Cabo Delgado pressupõem a exploração de Gás Natural Liquefeito (GNL) sendo que na Área 1, liderado pela petrolífera francesa, TotalEnergies, está avaliado em mais de 24 mil milhões de dólares. A TotalEnergies suspendeu o projecto devido a situação de segurança.
Na Área 4, estão dois projectos, sendo um no Coral Sul, a Plataforma Flutuante (FLNG) calculado em oito mil milhões de dólares, liderado pela petrolífera italiana Eni.
O projecto Rovuma GNL, de cerca de 30 mil milhões de dólares, é liderado pela Eni, ExxonMobil e a China National Petroleum Corporation. Este projecto ainda carece de Decisão Final de Investimento.
No entanto, Chapo garante criar um Fórum de Transparência do Sector Petrolífero, instituição na qual farão parte membros do governo, sociedade civil e outras partes interessadas para a discussão dos contratos, ganhos do governo e monitoramento do uso das receitas do petróleo e gás.
“Esta participação activa da sociedade civil na proposta de alocação dos fundos do sector visa contribuir para um ambiente de transparência e reforça a confiança pública, tal como já começamos com o Fundo Soberano”, disse.
Chapo sucede a Filipe Nyusi, que presidiu Moçambique nos últimos dez anos.
(AIM)
Ac/sg