
Pacientes a espera de cuidados médicos no Hospital Central de Maputo (HCM). Foto de Santos Vilanculos
Maputo, 07 Fev (AIM) – O governo moçambicano reconhece o impacto da suspensão do apoio dos Estados Unidos para a área da saúde e garante que já está a dialogar com a representação daquele país, no sentido de reverter ou mitigar o impacto.
O facto foi anunciado hoje, em Maputo, pelo porta-voz do governo e ministro da Administração e Função Pública, Inocêncio Impissa, em conferência de imprensa, durante a qual referiu que a suspensão temporária por um período de 90 dias, terá um forte impacto negativo em Moçambique e, por isso, apela a população para manter a calma.
“O governo iniciou um diálogo com a representação dos Estados Unidos para reverter ou mitigar o cenário da suspensão de financiamento, mas também para mobilizar fontes alternativas de financiamento internas e junto de outros parceiros internacionais, como de esforços internos dos orçamentos e das possibilidades que temos para poder minimizar o impacto desta medida. Mas também redefinir prioridades e optimizar os recursos existentes para minimizar o impacto dos serviços essenciais”, disse Impissa.
Explicou que o do governo norte-americano é fundamental para a manutenção de programas estratégicos e prioritários, como a resposta ao HIV e SIDA, combate à tuberculose, planeamento familiar, fortalecimento da cadeia de abastecimento de medicamentos, entre outros.
“Portanto, a retirada brusca deste apoio compromete, de alguma forma, a eficiência na implementação destes programas”, advertiu.
O ministro referiu que a suspensão irá reflectir-se também na disponibilidade de recursos humanos, porque uma parte dos recursos concedidos também eram utilizados para assegurar a formação profissional da classe.
O governante recordou que o país tem um rácio de 18,5 profissionais de saúde para cada 10 mil habitantes, contra um rácio de 45 profissionais para o mesmo número de população, recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
“Estamos muito distantes dessa meta e, por isso, esta suspensão determinada pelos Estados Unidos será um desafio enorme para alcançarmos esta meta”, lamentou.
Para o ano fiscal de 2025 está aprovado cerca de 2,2 milhões de dólares.
(AIM)
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