
Escombros de uma residência incendiada em Chimoio. Foto arquivo
Chimoio (Moçambique) 20 Fev (AIM) – Uma pessoa perdeu a vida e uma residência ficou totalmente destruída por fogo posto durante uma manifestação protagonizada por populares no bairro 7 de Setembro na cidade de Chimoio, província de Manica, centro de Moçambique.
A vítima mortal é um mototaxista atingido por uma bala perdida disparada por um agente da Polícia da República de Moçambique (PRM) quando tentava dispersar uma multidão que exigia a cabeça de um cidadão acusado de roubo e assassinato de operadores de táxi motas.
A bala foi alojar-se no peito da vítima que foi prontamente socorrida para o Hospital Provincial de Chimoio (HPC) onde, infelizmente, foi declarada óbito.
O indiciado no assassinato e roubo de motorizadas, cuja casa foi incendiada é um antigo membro da polícia expulso por mau comportamento.
Populares tomaram conhecimento da actividade daquele cidadão e dirigiram-se a sua casa que foi reduzida a cinzas.
O chefe de Departamento da Relações Públicas no Comando Provincial da PRM, Mouzinho Manasse, disse esta quinta-feira (21), que a corporação foi chamada ao local para dispersar a multidão.
Durante os tumultos, os populares tentaram vandalizar uma viatura pertencente a polícia.
“Quando chegamos no local foi-nos comunicado que um grupo de mototaxistas tentou tirar a vida a um cidadão suspeito de ser o líder de um grupo que rouba motorizadas. A população queria a sua cabeça. Não tendo conseguido, ateou fogo contra a sua residência que ficou totalmente destruída” contou Mouzinho Manasse.
Glória Martinho, uma das vizinhas do suspeito explicou que “ele era muito estranho. Esteve incorporado na polícia e foi expulso. Começou a desenvolver uma actividade estranha. Vendia telemóveis e electrodomésticos. Esta manhã ouvimos que ele liderava um grupo que assassina e roubava motorizadas”, explicou.
O Serviço Nacional de Salvação Pública (SENSAP) não conseguiu chegar a tempo ao local para debelar as chamas que iam se propagando por tudo a residência.
Informações que a AIM obteve juntos dos residentes do bairro 7 de Setembro indicam que o suspeito era conhecido pela vizinhança como sendo de má conduta.
Várias vezes esteve detido indiciado de prática de vários crimes. Até às 12 horas desta quinta-feira, o bairro 7 de Setembro continuava muito agitado.
A PRM foi obrigada a disparar para o ar para tentar dispersar a população e amainar, pois queria fazer justiça pelas próprias mãos.
(AIM)
Nestor Magado (NM)/sg