
Presidente da República, Daniel Chapo, nas celebrações do 35 aniversário do GAPI
Maputo, 5 Mar (AIM) – A Sociedade Financeira de Desenvolvimento Nacional, antigo Gabinete de Apoio a Pequenas Indústrias (GAPI), concedeu 1,4 mil milhões de meticais (cerca de 22 milhões de dólares), para apoiar 2.642 micro, pequenas e grandes empresas, gerando cerca de 8.753 empregos no período compreendido entre 2020 à 2024.
Segundo o Chefe de Estado moçambicano Daniel Chapo, “é um exemplo que merece reflexão porque para servir esses segmentos não basta financiar, é preciso capacitar os clientes e acompanhá-los”.
“É devido à especificidade desta metodologia que aos 35 anos, o governo decidiu criar uma sociedade financeira de desenvolvimento em vez de um banco ou de mais um departamento dentro de um ministério”, disse Chapo que falava hoje (5) em Maputo, nas celebrações do 35 aniversário do GAPI.
“Estamos aqui porque reconhecemos o papel da GAPI na sua colaboração com as instituições do governo, a trabalharem junto das instituições financeiras de desenvolvimento para obter donativos para que através do GAPI seja prestada assistência técnica, financeira ao surgimento, consolidação de Micro, Pequenas e Médias Empresas nas zonas rurais “, afirmou.
Referiu que o trabalho conjunto entre o GAPI e o governo, realizado junto do Fundo Africano de Desenvolvimento para a concessão de um donativo no ano 2000, permitiu relançar a indústria do caju.
Os esforços realizados para a recuperação económica após as devastadoras cheias na gestão de uma linha de crédito para o financiamento até 100 mil dólares norte-americanos constituem exemplos concretos da importância da cooperação e parcerias institucionais entre entidades públicas e privadas .
“Não nos podemos esquecer o seu relevante papel na mobilização de recursos do Banco Mundial, para apoiar a reinserção social dos funcionários, eram cerca de 12 mil trabalhadores afectados pelo processo de reestruturação dos Caminhos-de-Ferro de Moçambique que teve lugar entre 2000 e 2004, este foi um dos processos de inserção sócio-profissional bem sucedido a nível do continente africano”, disse.
Ressalvou que a agenda de inclusão financeira, um dos pilares de actuação do GAPI, continua sendo uma das prioridades no actual ciclo de governação.
Dos 154 distritos do país, 83% estão cobertos por uma agência bancária e 92 % por agente de moeda eleitoral.
O governo está trabalhar de forma criar e operacionalizar os fundos de reconstrução económica e de garantia mutuária.
O fundo de reconstrução económica irá impulsionar o acesso equitativo aos recursos financeiros, promovendo crescimento económico e inclusivo.
Enquanto isso, o fundo de garantia mutuária irá reduzir os riscos, em caso das empresas não cumprirem com as suas obrigações junto da banca, facilitar o acesso ao crédito e funcionará com uma garantia complementar
Acrescentou que os jovens são motores da inovação do desenvolvimento e da transformação social, para o efeito encorajou as empresas a trabalhar com o governo.
Já o académico e representante dos accionistas do GAPI, Lourenço do Rosário, informou que a pressão internacional exercida sobre Moçambique no sentido de privatizar o seu parque empresarial e criar novas oportunidades de negócio, a decisão de se instaurar um programa de reestruturação económica, mais tarde de reestruturação económica e social, contribuiram negativamente do ponto de vista estratégico e desenvolvimento económico e social.
“A GAPI que hoje comemora 35 anos de vida surge como Gabinete de Apoio e Consultoria a Pequenas Indústrias, uma parceria entre governo de Moçambique, através do Tesouro e a Fundação Frederic Herbertis, em 1985, o seu foco era apoio a pequenas indústrias no contexto da passagem da economia planificada para neoliberal, formalmente começa funcionar a 1 de Março de 1990”, disse.
(AIM)
MR/sg