
Membros da OMM. Foto de Ferhat Momade
Maputo, 16 Mar (AIM) – O Secretário-Geral da Frelimo, Chakil Aboobacar, enalteceu hoje (16), na Cidade da Beira, província de Sofala, o desempenho activo das mulheres moçambicanas na promoção da unidade nacional, consolidação da paz e no fortalecimento da coesão social.
Aboobacar, que falava durante a cerimónia de celebração dos 52 anos de criação da Organização da Mulher Moçambicana (OMM), braço feminino do partido no poder, apelo à conjugação de esforços para o empoderamento da mulher e combate ao feminicídio.
“Ao longo dos anos, a OMM tem sido um símbolo de patriotismo e de elevação da consciência física, promovendo a emancipação e o empoderamento das mulheres moçambicanas. A sua actuação tem sido determinante para a valorização da mulher, garantindo-lhe dignidade, participação activa e igualdade de oportunidade”, frisou.
Para Aboobacar, o aniversário da OMM é a historia da mulher moçambicana, que luta com resiliência e compromisso para a transformação da sociedade, sendo uma força motriz da família, a base da solidariedade e o pilar da educação, transmitindo valores essenciais para o desenvolvimento do país.
Na ocasião, convidou a todas as mulheres moçambicanas para continuarem a desempenhar um papel activo na promoção da unidade nacional, na consolidação da paz e no fortalecimento da coesão social.
Disse estar ciente dos desafios que a mulher moçambicana enfrenta em todas as esferas, por isso defendeu a conjugação de esforços de todos os segmentos sociais para acabar com a violência contra as mulheres no país, numa altura em que tem se reportado muitos casos de assassinato de mulheres, motivados, na maioria das vezes, por problemas passionais, tendo deixado um apelo ao diálogo e à resolução de conflitos por vias pacíficas.
“Temos tomado conhecimento de forma bastante estranha, de que começam a surgir práticas nocivas na nossa sociedade, e a nossa cultura não permite isto”, lamentou.
Considerou anormal a prática do feminicídio e o seu recrudescimento. “Não é normal, mas temos registado o crescimento de casos de feminicídio, e apelamos ao reforço da vigilância e a pronta denúncia, porque os mesmos colocam em causa os nossos valores, e a nossa cultura também é afectada”.
“O feminicida dá sinais, não pratica o crime ao acaso. É importante que as mulheres criem o hábito de denunciar, porque a agressão à mulher é uma situação que não deve ser permitida na sociedade actual”, defendeu.
Por outro lado, a secretária provincial da OMM, em Sofala, Graça Correia, disse que a organização condena qualquer forma de violência contra a mulher. “Nós temos consciencializado as mulheres e os homens de que a violência é um crime e é preciso que toda mulher denuncie para que haja redução desses conflitos. É preciso, também, que no seio da família e da comunidade, se paute pelo diálogo ao invés da violência”.
Já, a secretária provincial da OMM, em Gaza, Alice Tamele, enalteceu o engajamento da mulher em várias frentes de desenvolvimento do país, tendo destacado o contributo da produção agrícola, comércio e empreendedorismo na melhoria das condições das suas vidas e das comunidades em que estão inseridas.
“Há tantos avanços conquistados e alcançados pela mulher, em quase todos os campos da sociedade”, afirmou.
Convidou, por último, à mulher a ir avante na luta pela conquista dos seus direitos, empenhando-se mais na educação, para que não viva de mão estendida.
Tamele aproveitou a ocasião para apontar alguns desafios que inquietam a mulher moçambicana, apelando a todos os estratos da sociedade a contribuir com acções concretas no empoderamento da mulher e da rapariga, com vista a dinamizar o desenvolvimento do país.
“O assédio sexual nas s ainda é uma realidade. A falta de oportunidade de emprego, depois da formação, a baixa representatividade de género nos cargos de direcção, especialmente nas províncias e distritos, bem como o crescente abandono de mulheres idosas”, lamentou.
Encorajou a todos os parceiros e intervenientes na área da mulher, “para que juntos, lado a lado e de mãos dadas, continuemos a abraçar a luta pelo empoderamento da mulher e da rapariga”.
Para além das mensagens de ocasião, as festividades dos 52 anos da criação da OMM, nas cidades da Beira e Xai-Xai, foram marcadas por marchas e deposição de flores.
(AIM)
NL/dt