
Nampula (Moçambique), 23 Mar (AIM) – O governador da província de Nampula, norte de Moçambique, Eduardo Abdula, manifestou neste domingo (23) a sua solidariedade para com as famílias que recentemente sofreram danos humanos e materiais, em consequência da devastação provocada pelo ciclone “Jude” que, há dias, fustigou a região.
Abdula deixou palavras de encorajamento e pesar quando se dirigia a centenas de crentes da fé islâmica e não só que assistiam ao concurso nacional de memorização e recitação do Sagrado Alcorão, organizado pela delegação do Conselho Islâmico de Moçambique, em Nampula.
“Aproveito, igualmente, esta oportunidade para manifestar a minha solidariedade para com todas as famílias da nossa província que, recentemente, enfrentaram as consequências devastadoras do ciclone Jude. Que Allah conforte os nossos corações aflitos, fortaleça os nossos espíritos e nos conceda a sabedoria e a coragem necessárias para reconstruir, com dignidade, o que foi perdido”, suplicou.
Participaram no concurso cerca de duas dezenas de jovens e adolescentes estudantes do Alcorão provenientes de diferentes províncias do país, a quem o governador presenteou com equipamentos electrónicos como computadores portáteis e televisores.
Um dos vencedores do concurso, exclusivamente para rapazes, é uma criança de apenas dez anos que se destacou na recitação de forma aleatória de partes do livro sagrado dos islâmicos.
Sobre a essência deste concurso religioso, Eduardo Abdula considera que tratou-se de um momento de profunda elevação espiritual em que se promove não apenas o saber, mas também a preservação e a vivência do Alcorão, tido, pelos crentes, como última mensagem divina enviada à humanidade, farol de orientação, justiça, misericórdia e paz.
“O profeta Muhammad ensinou-nos que o melhor de vós é aquele que aprende o Alcorão e o ensina. Assim, esta iniciativa é também uma escola de carácter de disciplina espiritual, e um tributo à transmissão intergeracional do conhecimento e da fé”, afirmou.
Para os islâmicos e não só, Abdula disse que no mundo de hoje repleto de desafios, incertezas e perigos, o livro sagrado deve servir de guia.
“O Alcorão deve ser o nosso guia não apenas na recitação, mas na prática diária, nos nossos actos, na forma como cuidamos da nossa família, educamos os nossos filhos, respeitamos e tratamos com dignidade os nossos vizinhos e todas as pessoas com quem nos cruzamos ao longo da vida, e na forma como servimos, com entrega e humildade, a nossa comunidade”, anotou.
Eduardo Abdula concluiu a sua intervenção referindo que “a fé, a serenidade e a união que aqui testemunhamos são prova viva da força espiritual que sustenta o nosso povo. São estas qualidades que, mesmo em tempos difíceis, nos guiam e inspiram a seguir em frente com firmeza e esperança”.
Na província de Nampula, a mais populosa do país, com 6.7 milhões de habitantes cerca de 20 por cento professa a fé islâmica e neste momento as comunidades observam o mês sagrado de Ramadão, com prática do sacrifício do jejum e acções de caridade para com os mais vulneráveis.
(AIM)
Rosa Inguane (RI)/mz