
Ciclone Tropical “Jude” abre uma cratera na cidade de Nacala
Maputo, 14 Mar (AIM) – Pelo menos 14 óbitos é o balanço provisório dos estragos do ciclone tropical Jude, que segunda e terça-feiras últimas, fustigou as províncias de Nampula e Niassa, norte de Moçambique:, Zambézia, Tete e Manica no centro.
A passagem de Jude por Moçambique também fez 60 feridos.
A informação foi avançada pelo porta-voz do governo, Inocêncio Impissa, em conferência de imprensa havida hoje, em Maputo, que serviu para fazer o balanço da 7ª sessão ordinária do Conselho de Ministros, que teve lugar terça-feira em Maputo.
O Conselho de Ministros apreciou, ainda, a informação sobre a época chuvosa e ciclónica 2024-2025, com enfoque para o impacto e resposta aos ciclones tropicais Jude, Chido, Dikeledi.
Como principais causas de mortes e feridos, Impissa, que também é ministro da Administração Estatal e Função Pública, aponta o desabamento de paredes, descargas atmosféricas e afogamento, sobretudo em Nampula e Niassa.
Jude, que segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (INAM) já não constitui perigo para Moçambique, destruiu um total de 20.180 casas, das quais 13.139 de forma parcial, e 7.041 total, facto que perfaz 100.070 afectados, o equivalente a 19.899 famílias.
De acordo com Impissa, o sector da saúde registou 30 unidades sanitárias parcialmente destruídas.
Na educação, 182 salas de aulas em 59 escolas, afectando pelo menos 17.401 alunos e 264 professores.
No sector de estradas, Impissa disse que há impactos significativos nas seis principais vias de acesso em Nampula, nomeadamente, desabamento do aqueduto no quilómetro 13, próximo ao controlo de Anchilo, na Estrada Nacional Número Um (N1).
Corte no aterro de acesso do encontro sul da ponte sobre o rio Monapo, no quilómetro dois, do cruzamento entre a N1 e N12, na via que liga Namialo e Namapa.
Jude provocou também corte na ponte sobre o rio Ampwesse, localizada no quilómetro 12, que liga Monapo a Quichacha, incluindo a erosão no encontro da parte este, sobre o rio da ponte Muecate 2, localizado no quilómetro 1,5, da via que liga Nauema a Chocas-mar.
Além de arrastar a ponte metálica sobre o rio Impwipwi, na via que liga os distritos de Ribauè a Lalaua, Jude destruiu igualmente a ponte sobre o rio Mutukuti.
O ciclone derrubou 19 postes de energia eléctrica; 1.262 hectares da área agrícola afectados e dois sistemas de abastecimento de água.
“Os trabalhos de avaliação dos impactos prosseguem com as equipas multissectoriais nos distritos afectados ao nível das províncias a que nos referimos”, afirmou Impissa.
Devido ao impacto das destruições provocadas por Jude, o governo reactivou os Centros Operativos de Emergência (COEs) difusão de informação e sensibilização, evacuação da população, incluindo provisão de água e saneamento, material de abrigo e alimentos nos distritos em risco.
Até ao momento, Impissa revelou que os nove centros de acomodação abertos em Nampula já receberam um total de 1.985 afectados.
“Foram facultados bens primários para permitir o apoio destas populações, e aqui, quando é este tipo de situações, para além de kits de abrigo que são colocados, também kits de higiene, mas também é colocada a alimentação primária, composta de produtos de primeira necessidade, farinha, óleo, arroz, água, açúcar, sal e conservas”, disse.
Vale lembrar que o Jude formou-se a 06 de Março corrente, na bacia do sudoeste do Oceano Índico, como um sistema de baixas pressões, tendo evoluído para ciclone tropical, e atingiu o continente pelo distrito de Mossuril, em Nampula, com ventos fortes, rajadas e chuvas intensas.
(AIM)
Ac /sg