
Presidente da República, Daniel Chapo, dirige comício em Lichinga, província do Niassa
Maputo, 24 Mar (AIM) – O Presidente da República, Daniel Chapo, apela ao perdão e reconciliação entre moçambicanos, requisitos indispensáveis para a construção de caminhos para o desenvolvimento sustentável e integrado no país.
Falando no comício que orientou hoje (24) na cidade de Lichinga, província setentrional de Niassa, Chapo reiterou que os moçambicanos devem continuar unidos e que as diferenças de ideologias políticas não sejam o motivo da desordem no país.
“Temos que continuar unidos; temos que trabalhar cada um de nós para que haja paz e segurança; tem de haver reconciliação entre nós irmãos; tem que haver actos de perdão entre nós irmãos”, disse o Chefe do Estado, que hoje iniciou hoje uma visita de trabalho de quatro dias a Niassa.
As declarações do Chefe do Estado surgem depois de um encontro que manteve domingo (23) na capital moçambicana, Maputo, com o segundo candidato presidencial mais votado, Venâncio Mondlane, durante o qual ambos discutiram soluções para os desafios que Moçambique enfrenta.
O encontro insere-se no esforço contínuo de promover a estabilidade nacional e reforçar o compromisso com a reconciliação e a unidade dos moçambicanos.
A resolução da crise pós-eleitoral e o fortalecimento do Estado democrático são metas prioritárias para garantir um país mais justo e inclusivo. Moçambique realizou a 09 de Outubro último, as VII eleições presidenciais e legislativas e IV para as assembleias provinciais.
A crise pós-eleitoral é acompanhada de manifestações violentas convocadas por Venâncio Mondlane. Segundo a plataforma DECIDE, uma organização de sociedade civil moçambicana, a violência já causou mais de 500 óbitos e centenas de feridos.
Além de vandalismo, saques a bens públicos e privados, as manifestações violentas já causaram um prejuízo a economia superior a 500 milhões de dólares, desde meados de Outubro até finais de Janeiro de 2025.
No entanto, segundo Chapo, a sua visita de trabalho a Niassa revela a vontade de continuar a trabalhar para melhorar o bem-estar social dos moçambicanos, pois reconhece ainda a falta de infra-estruturas básicas.
“É para trazermos mais água, mais energia, mais estradas, mais escolas, mais hospitais, mais medicamentos, e mais livros mahala [gratuito] para as crianças, e muitas coisas boas”, disse.
Chapo arrolou as realizações do governo desde a conquista da independência nacional, a 25 de Junho de 1975, tais como um crescimento assinalável dos níveis de alfabetização e educação de adultos, apetrechamento das unidades sanitárias, até as vias de acesso e das redes, eléctrica e de água potável.
Por isso, Chapo diz não fazer sentido quando surgem moçambicanos a afirmar nos últimos 50 anos, não se denota nenhum desenvolvimento nas infra-estruturas.
“São muitas realizações, por isso, não pode aparecer alguém a dizer que durante 50 anos não fizemos nada. E esse que está a dizer isso, em 1975, quando ficamos independentes, 97 por cento da população não sabia nem ler, nem escrever, mas é uma pessoa que sabe falar bem português, nunca saiu daqui, estudou aqui e depois diz que não estamos a fazer nada”, disse.
Durante o comício, Chapo anunciou que a 9ª sessão ordinária do Conselho de Ministros terá lugar em Niassa.
(AIM)
Ac/sg