
Maputo, 24 Mar (AIM)- O Relatório do Estado do Clima de Moçambique 20/24, apresentado esta segunda feira (24), em Maputo, indica 2024 como tendo sido o ano mais quente no período compreendido entre 1950 a esta parte.
“As análises constantes neste relatório indicam que o período 20/24 foi o mais quente, comparativamente ao período de 1950 à 2023 com uma subida de temperatura média anual de 1,2 graus centígrados, claramente superior da era pré industrial, este valor está muito próximo ao linear que é 1,5 graus centígrados, estabelecido pelo acordo de Paris com vista reduzir significativamente os riscos e Impactos das mudanças climáticas.
No mesmo período foram quebrados vários recordes nacionais quer nos níveis de seca nas regiões centro e sul do país bem como para precipitação extrema.
“Estes dados destacam impactos acelerados das mudanças climáticas causadas pela actividade humana. As alterações no nosso ambiente estão a provocar fenómenos meteorológicos mais extremos, os ciclones tropicais que se intensificaram rapidamente, a precipitação devastadora, às vagas de tempestades, inundações, secas mortíferas estão aumentar ao nível global”, disse.
Estes eventos levam a perca de vidas, bens e outros impactos negativos.
A divulgação do relatório do Estado de Clima, surge numa altura que o país se ressente dos efeitos da passagem dos ciclones Chido, Dikeledi e Jude, este último afectou recentemente 362.653 pessoas e várias infra-estruturas sócio económicas.
O Executivo Moçambicano está implementar várias acções, os programas “Global aviso prévio para todos”, que visa garantir que até 2027 todas pessoas no mundo estejam protegidas de fenómenos hidrometeorologicos climáticos e ambientais perigosos através de um sistema de aviso prévio que salve vidas.
Por outro lado, o programa “um distrito, uma estação meteorológica, lançado no dia 9 de Março de 2022, aquisição de 2 radares meteorológicos para às cidades de Xai-Xai e a Nampula, nas províncias de Gaza e Nampula, respectivamente visa reforçar e maior cobertura.
Já, o investigador na área do clima, no Instituto Nacional de Meteorologia, Bernardino Nhantumbo, fez saber que o relatório aponta 2024 como tendo sido o mais quente dos últimos 74 anos, seguindo a tendência global do aquecimento.
“Como deve ser do vosso conhecimento a nível global 2024 sobressai como sendo o mais quente de sempre, desde a era pré industrial, estamos a falar cerca de 200 anos, nós não fazemos uma análise mais longa pela falta de dados, temos dados desde 1950 e notamos que 2024 foi mais quente em 1,2 graus centígrados”, disse.
Moçambique é signatário do Acordo de Paris no qual um dos maiores esforços é limitar a subida da temperatura global em 1,5 graus.
“Outro destaque é que nos estamos numa década bastante activa em termos de ciclones que atingem Moçambique, nunca tinha antes se verificado uma década com tantos ciclones”, disse o Investigador.
Referiu que desde 2021 até ao momento houve mais ciclones a atingir Moçambique, comparativamente ao período anterior.
(AIM)
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