
Maputo, 31 de Mar (AIM) – O embaixador italiano em Moçambique, Gabriele Annis, garante que o encontro entre o Presidente moçambicano Daniel Chapo e o ex-candidato presidencial derrotado, Venâncio Mondlane é um sinal de abertura ao diálogo contínuo para promover a recuperação económica e combater a incerteza ligada ao longo período de crise pós-eleitoral.
Em entrevista à AIM, o diplomata classificou o encontro como histórico e assegurou que o momento reanimou a comunidade internacional, realçando que e os países já podem começar a enviar mensagens positivas para a comunidade empresarial e a opinião pública dos seus países, sobre a tendência de Moçambique de se colocar novamente no caminho da paz como condição essencial para o desenvolvimento na base de um ambiente de negócios saudável para as empresas.
“Para nós como Itália e a comunidade internacional o encontro é uma excelente notícia. É o primeiro passo para a reconciliação e o perdão, com a reunificação do povo moçambicano em volta de objetivos compartilhados ligados ao crescimento e desenvolvimento. Esse encontro cria um clima favorável aos investimentos e ao bom ambiente de negócios”, disse o diplomata em entrevista à AIM.
De acordo com Annis, a comunidade internacional está igualmente satisfeita pela assinatura do acordo do compromisso para o diálogo político recentemente assinado entre os partidos políticos moçambicanos, instrumento que assegura uma série de reformas estruturantes no campo político, económico e social, com vista a criar consensos sobre a visão comum de desenvolvimento do país a todos os níveis, abrindo boas perspectivas para o ambiente de negócios em Moçambique.
Para a fonte, a violência criou um ambiente de preocupação para as empresas estrangeiras e italianas em particular, que realizam negócios em Moçambique, dado o impacto nefasto tanto na esfera política, económica e social, bloqueando investimentos estrangeiros.
A Itália, alerta sobre a necessidade de se assegurar que as reformas anunciadas pelo novo governo para a melhoria do ambiente de negócios sejam cumpridas na integra, designadamente, a criação de um ambiente de negócios desburocratizado, combate a corrupção e facilitação do crescimento das empresas, através da revisão ampla da legislação relacionada com o licenciamento, taxação, funcionamento e fiscalização e digitalização do aparelho do Estado e das atividades económicas, permitindo que as empresas possam operar de maneira eficiente e adequado aos investimentos nacionais e estrangeiros.
“Obviamente que os negócios não dependem exclusivamente de encontros entre líderes políticos, mas para criar um ambiente bom para as empresas é necessário a estabilidade do país. A paz, o fim da violência isso é primeira coisa. É preciso fazer também as reformas que o Presidente Chapo anunciou durante a sua tomada de posse. Nós estamos aqui para apoiar essas reformas que certamente vão fortalecer as instituições e melhorar o clima de negócios”, vincou.
Segundo a fonte, a cooperação entre os dois países está no seu auge, impulsionado pelo Plano Mattei, com a Itália a implementar uma série de acções de desenvolvimento em Moçambique avaliados em pouco mais de 300 milhões de euros, com o destaque para os projecto do Centro Agro-alimentar na província central de Manica, Cidades Verdes, Mobilidade Urbana, Drenagem, entre outras iniciativas que visam criar o bem-estar social no país.
“Estamos convencidos que Moçambique tem um potencial enorme para o desenvolvimento económico. E a única forma de fazer acontecer é criar um bom clima de negócios para atrair investimentos criando um ciclo virtuoso de investimentos, empregos, renda e consumo. Todos os projectos do Plano Mattei prevê uma forte participação das empresas”, frisou.