
Chimoio (Moçambique) 31 Mar (AIM) – O Gabinete Provincial de Prevenção e Combate a Droga, na província de Manica, centro de Moçambique, registou, no ano passado (2024), um total de 4.831 pessoas com problemas mentais devido ao uso e consumo de substâncias psico-activas (drogas).
Este número de indivíduos teve acompanhamento médico nos serviços de psiquiatria e saúde mental.
O porta-voz do Gabinete Provincial de Prevenção e Combate à Droga, em Manica, Hermínio Issa, sem revelar dados de 2023, referiu que o número é bastante elevado quando comparado com os do ano anterior.
“O número de pessoas atendidas no Hospital Provincial de Chimoio (HPC), nos centros de saúde e nas unidades sanitárias distrital é bastante elevado. Isso nos preocupa como instituição do governo e queremos que, até final do ano, este número reduza”, afirmou.
Segundo a fonte, que falava há dias, em Chimoio, o Gabinete está a desdobrar-se para reduzir o número de indivíduos que usam e consomem a droga, sobretudo os jovens.
Com o apoio do sector de saúde e outros intervenientes no combate ao consumo de droga, o Gabinete tem estado a levar a cabo uma série de palestras e encontros para definir estratégias com vista a erradicar este mal.
As actividades estão a ser realizadas na comunidade, com maior abrangência nas escolas, mercados e outros lugares públicos de forma a persuadir a população, principalmente os jovens a abandonarem o uso e consumo da droga.
Referiu que algumas barracas de venda de bebidas alcoólicas localizadas próximos de recintos escolares, por exemplo, estão a contribuir para a destruição dos jovens, sobretudo os alunos.
Por isso, há um conjunto de actividades que estão a ser realizadas nas comunidades, onde a mensagem tem sido o abandono à venda de bebidas alcoólicas próximo das escolas.
“As barracas que estão num raio de menos de 100 metros de aproximação de um estabelecimento de ensino têm tido uma má influência para a comunidade estudantil no processo de formação. O Gabinete e outros sectores, incluindo a própria educação, temos sensibilizado para o combate a este mal. Primeiro, para a não edificação de barracas com estes fins. Para as já existentes, queremos que os agentes económicos mudem de actividade. Vendam outros produtos, menos bebidas alcoólicas, cigarros”, sublinhou a fonte.
“Ou mesmo que estas substâncias sejam vendidas após as aulas. Mas isso só acontece para aquelas barracas que foram erguidas antes das escolas. Até no raio de 100 metros, essas barracas são nocivas para os estudantes. Pedimos a colaboração de todos para que cumpram com esta orientação para a boa saúde das comunidades”, acrescentou.
Hermínio Issa apela às comunidades a participarem nas acções de prevenção e combate à droga.
Referiu que todos os cidadãos devem ser vigilantes e denunciar qualquer foco de venda e consumo de drogas, pois constitui perigo para a população.
“O problema das drogas não é só de um. É de todos. Se hoje afecta o nosso vizinho, amanhã seremos nós. Os traficantes de droga procuram sempre novas vítimas para os inserirem neste mal. É a forma deles ganharem mais dinheiro. Se nós suspeitarmos ou nos apercebermos de um lugar onde a droga é vendida ou consumida, onde suspeitamos que há qualquer foco, devemos imediatamente denunciar às autoridades para desactivarmos estes locais conhecidos como ‘bocas de fumo’ por serem extremamente perigosas para as comunidades”, recomendou.
Na cidade de Chimoio, os bairros 7 de Setembro, 3 de Fevereiro, 5 Fepom, actualmente Samora Machel e Chinfura são os que têm maior registo de casos de venda e consumo de droga.
As autoridades policiais têm estado a desencadear várias acções para neutralizar os vendedores e conhecer a proveniência da droga, principalmente a cannabis sativa, vulgo soruma, e outras substâncias psico-activas consideradas pesadas.
(AIM)
Nestor Magado (AIM)/dt