
Director-executivo da companhia petrolífera sul-africana Sasol, Simon Baloy
Maputo, 02 Abr (AIM) – O director-executivo da companhia petrolífera sul-africana Sasol, Simon Baloy, diz estar animado com os progressos que se registam para a busca de estabilidade pós-eleitoral em Moçambique.
Num breve contacto com a imprensa, hoje em Maputo, minutos após uma audiência que lhe foi concedida pelo Presidente da República, Daniel Chapo, Baloy revelou que os parceiros da Sasol notaram os progressos da estabilidade política e transmitiram confiança em continuar a contribuir para o desenvolvimento do país.
“Embora tenhamos visto que houve alguns desafios, estamos animados com a estabilidade que o Presidente [da República] está trazendo ao país, junto com todos os parceiros, para criar um lugar propício para os negócios”, disse.
Por isso, Baloy espera brevemente iniciar a transformação de gás extraído no distrito de Inhassoro, província meridional de Inhambane, na Central Térmica de Temane (CTT) detida em 85 por cento pela Mozambique Power Invest (MPI) e 15 por cento pela Sasol Africa, onde a MPI é propriedade da Globeleq (76 por cento) e da Electridade de Moçambique (EDM) com 24 por cento.
A Globeleq é uma das maiores multinacionais na produção de energia no continente africano.
“Estamos aqui em Moçambique para discutir com o Presidente [da República] o progresso do nosso projecto, o PSA [Acordo de Partilha de Produção, sigla em inglês]. É um projecto de cerca de um bilhão de dólares, que agora está chegando ao fim, creio que em Setembro próximo. Este foi um projecto maravilhoso que fizemos com o projecto moçambicano”, afirmou.
Baloy acrescentou que o PSA permitirá não apenas gás para produção de energia, mas também vai enviar o gás para a CTT, a segunda maior usina de energia em Moçambique, que também está quase concluída.
“Na CTT, e também produziremos GLP, que será usado e reduzirá a quantidade de gás importado para Moçambique. Então, a Sasol está muito animada com a continuidade deste relacionamento de longa data com Moçambique”, vincou Baloy.
A Sasol instalou-se em Moçambique há mais de 20 anos. Baloy assegurou que a petrolífera continuará no país nos próximos 20 anos “e mais anos”.
Vale lembrar que os últimos seis meses, as cidades e vilas moçambicanas sofreram severamente com manifestações violentas que eclodiram após as VII eleições presidenciais e legislativas, e das IV para as assembleias provinciais que tiveram lugar em Outubro último.
Caracterizadas por vandalização e saque de bens públicos e privados, as manifestações violentas destruíram o tecido social, económico, religioso e cultural, facto que afectou o funcionamento normal das instituições, bem como de forma indirecta alguns países vizinhos.
As manifestações chegaram ao ponto de paralisarem, por semanas, o normal funcionamento dos portos e aeroportos, incluindo principais postos transfronteiriços de Ressano Garcia, o maior posto que se situa no distrito de Moamba, província meridional de Maputo; e de Machipanda, província central de Manica.
A paralisação das actividades nos postos fez com que diversas mercadorias interna e internacional não circulassem durante semanas.
Como forma de pôr fim às manifestações, a 05 de Março passado, os presidentes e secretários-gerais dos partidos com assentos na AR e nas assembleias provinciais e municipais assinaram o Compromisso Político para um Diálogo Nacional e Inclusivo.
Ainda hoje, o Compromisso Político para um Diálogo Nacional e Inclusivo foi transformado em lei, com a aprovação pela Assembleia da República (AR) o parlamento moçambicano. O documento visa contribuir para uma maior estabilidade política e acelerar o desenvolvimento económico no país.
(AIM)
Ac/sg