
Chefe de Estado moçambicano, Daniel Chapo (centro), recebe em audiência candidato à presidência do BAD, Samuel Maimbo, (primeiro plano a esquerda)
Maputo, 04 Abr (AIM) – A Zâmbia pede apoio de Moçambique para a presidência do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) cujas eleições terão lugar a 29 de Maio próximo, na sede do Grupo do Banco, em Abidjan, Costa do Marfim.
O pedido foi formulado ao Presidente moçambicano, Daniel Chapo, durante a audiência que concedeu hoje, em Maputo, ao candidato zambiano à presidência do BAD, Samuel Maimbo, que concorre com o apoio da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC).
“O meu compromisso como presidente do Banco Africano de Desenvolvimento é garantir que estamos a fazer investimentos em infra-estruturas, na agricultura e no comércio, áreas para as quais Moçambique está bem posicionado”, disse Maimbo, num breve contacto com a imprensa, minutos após o término da audiência.
No encontro, Maimbo assegurou ter transmitido a sua visão para o BAD, explicando que está totalmente alinhada com as aspirações para o desenvolvimento de Moçambique, com vista a garantir que a economia cresça rapidamente.
Falando sobre o futuro de Moçambique, o candidato à presidência do BAD manifestou um sentimento de optimismo, afirmando que o país está muito bem colocado e “possui activos que o meu próprio país, a Zâmbia, não possui”.
Apontou os três portos que, segundo ele, oferecem a oportunidade de desenvolver corredores na agricultura, em investimentos que fazem a diferença para a economia.
“Mas o maior trunfo para Moçambique é o povo moçambicano, gente calorosa com quem trabalhei, empenhada, trabalhadora, e estou muito optimista de que Moçambique irá desempenhar um papel significativo na região”, destacou.
Enumerou de seguida o sector de energia, reconhecendo a sua importância para a região austral de África. “O meu país passou por uma seca devastadora. Só sobrevivemos porque conseguimos importar combustível e recursos de Moçambique. Por isso, o meu empenho e o meu optimismo em relação a Moçambique são muito fortes”.
Sobre a audiência, Maimbo disse ter tido uma garantia de Chapo no empenho de Moçambique em dar uma maior importância no desenvolvimento de África.
“Os nossos antepassados, especialmente pessoas como Samora Machel [primeiro Presidente da República Popular de Moçambique] fizeram o que tinham de fazer para nos dar liberdade política. É da responsabilidade da nossa geração dar-nos liberdade económica”, vincou.
“O Presidente [Chapo] deu-me bons conselhos enquanto trabalho na campanha que pretendo desenvolver, para trabalhar na minha campanha para o Banco Africano de Desenvolvimento, concluiu.
Como candidato visionário à presidência do BAD, Maimbo concorre numa altura em que a África atravessa um momento crítico do seu desenvolvimento económico, sendo que a sua candidatura tem um peso significativo.
Maimbo já foi vice-presidente do Banco Mundial, é especialista reconhecido em desenvolvimento económico, demonstrou sua competência mobilizando um montante de 93 mil milhões de dólares para a Associação Internacional de Desenvolvimento (AID).
Na sua campanha, Maimbo propõe o reforço do papel do BAD como motor do crescimento sustentável no continente.
A estratégia do candidato da SADC centra-se na melhoria do acesso ao financiamento para sectores-chave como a agricultura, as tecnologias digitais e as energias renováveis, a fim de apoiar as economias locais resilientes e inclusivas.
Além de Maimbo, concorrem para a presidência do BAD, o senegalês, Amadou Hott; Sidi Tah, da Mauritânia; Abbas Tolli, do Chade; e a sul-africana, Bajabulile Tshabalala.
Os cinco candidatos concorrem para a sucessão do actual presidente do BAD, Akinwumi Adesina, que ocupa o cargo desde 2015 e reeleito em 2020. Adesina é o oitavo presidente do banco.
(AIM)
Ac/sg