
Maputo, 07 Mai (AIM) – O Instituto Nacional das Comunicações de Moçambique (INCM) registou mais de 500 mil casos de fraude em redes de telecomunicações em 2024, um incremento de mais de 200 mil fraudes, quando comparado com o ano anterior.
Trata-se de fraudes como o SMS-Phishing, registo Fraudulento e SIM-BOX, realizadas através de 10,2 milhões de dispositivos não homologados, situações que atentam contra a segurança e resiliência das comunicações em Moçambique.
“Significa que há maior apetência pelos fraudulentos em defraudar os subscritores através das redes de telecomunicações”, disse esta quarta-feira (07), em Maputo, o porta-voz do INCM, Adílson Gomes, a margem do IV workshop sobre segurança e resiliência das comunicações.
Entre os principais desafios identificados pelo INCM no Inquérito a 22 operadores, sobre o nível de segurança e resiliência do sector das telecomunicações, destaca-se a desigualdade nos níveis de maturidade entre subsectores, falta de padronização nos controlos de segurança, fragilidade na gestão de fraudes e resposta a incidentes, pouca colaboração técnica e fraca partilha de informações.
Segundo Gomes, para ultrapassar estes desafios, “temos que trabalhar mais para garantir maior segurança ao sector das telecomunicações, com excepção do subsector de telefonia móvel, que apresenta maior número de subscritores e olha para as questões de segurança de forma mais profunda. Aliás, temos a sensação de que podemos mudar o cenário noutros subsectores, a partir de 2026”.
Referiu que urge reforçar a capacidade de resposta a incidentes de segurança cibernética, de forma a combater as fraudes, porque estão em constante evolução.
Também, é preciso imprimir maior celeridade na sua sofisticação para combater estas situações, bem como garantir maior resiliência às infra-estruturas de telecomunicações, bastante afectadas durante a passagem dos ciclones Chido, em Dezembro de 2024 e Dikeledi, em Janeiro de 2025, cujos danos estão avaliados em cerca de 10,8 milhões de dólares.
Por outro lado, a PCA do INCM, Helena Tomás, vincou ser responsabilidade do Governo “buscar soluções efectivas, que aumentem a confiança dos utilizadores dos serviços de telecomunicações, assegurando os seus interesses e, por consequência, criar um ambiente seguro e resiliente da soberania nacional.
Por isso, aproveitou a ocasião para partilhar, uma das soluções implementadas pelo Governo neste sector, a criação da Equipa de Resposta a Incidentes de Segurança nas redes das Telecomunicações (ERIST), que integra operadores de telefonia (móvel e fixa), ISPs e provedores de rádio e televisão, uma equipa coesa de prevenção e resposta de incidentes no sector das telecomunicações.
“Com esta equipa estabelecida, procuramos assegurar uma forte colaboração e coordenação para que a nossa economia possa fluir”, afirmou.
Para Tomás, a segurança e a resiliência das comunicações constitui um desafio que requer coordenação e envolvimento de todos.
“As instituições representadas devem assumir esta realidade de trazer soluções preventivas e efectivas, na disponibilização de serviços de telecomunicações, assim como na sua utilização”, disse.
Alertou para a necessidade de garantir uma maior protecção das infra-estruturas contra fraudes, sabotagem ou vandalização, “pois dela dependem diferentes operações, como comunicar com os nossos familiares, chamar uma ambulância, aceder às contas móveis, dentre outras necessidades”.
Aos subscritores dos serviços de telecomunicações, móveis e fixos, televisão e internet, apelou à contínua actualização dos seus registos, cujo prazo estabelecido é até Novembro de 2025.
Por outro lado, exigiu dos operadores maior eficiência e eficácia no processo de registo dos subscritores, “pois destes depende a qualidade de registos e, consequentemente, a segurança de todos”.
(AIM)
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