
Maputo, 7 Mai (AIM) – Os Gestores de Unidades Sanitárias da região Metropolitana do Grande Maputo estão a discutir melhores mecanismos para a transferência de pacientes de modo a evitar a sobrecarga de algumas unidades sanitárias, constrangimentos e desperdício dos escassos recursos disponíveis.
Para o efeito, os médicos entendem que é preciso melhorar a comunicação entre as unidades sanitárias para evitar que alguns doentes sejam transferidos desnecessariamente de unidades sanitárias de nível primário [centros de saúde rurais e urbanos] e secundário [hospitais rurais, distritais e gerais] para as unidades hospitalares de nível terciário [hospitais provinciais] ou quaternário [hospitais centrais ou especializados] sem obedecer os critérios que determinam a transferência de pacientes.
“Nós, como hospitais do Grande Maputo, temos uma grande falta de comunicação, principalmente no que concerne a transferência de pacientes”, disse o director de Serviços de Urgências de Adultos (SUR) no Hospital Central de Maputo, Dino Lopes, hoje (7), em Maputo, durante o Workshop de Medicina de Emergência.
Lopes esclareceu que um médico afecto a um hospital primário pode transferir o doente para um hospital de nível quaternário, mas frisa a necessidade de uma melhor comunicação, pode ser que seja, somente, necessário enviar a medicação e não, necessariamente, transferir o doente.
“Notamos que muitas das vezes, como Grande Maputo, existe falha na comunicação. Há serviços que estão bem organizados, pediatria, maternidade, entre outros, mas o banco de socorro, serviço de urgência de adultos, notamos esse grande vazio, a falta de comunicação efectiva na transferência dos pacientes”, disse.
Segundo a fonte, no evento de dois dias e que decorre sob o tema “Optimizando o Manejo Inicial do Doente Crítico na Urgência” serão discutidos mecanismos de comunicação efectiva e habilitará clínicos gerais, alguns especialistas do Grande Maputo em matérias de estabilização de doentes que dão entrada nos serviços de Urgências.
“Estamos cá presentes, médicos do Grande Maputo, clínicos gerais, alguns especialistas, de todos os hospitais gerais, incluindo o Hospital Provincial de Maputo, para dotar a eles de conhecimentos, assim como habilidades de abordar os doentes que chegam ao serviço de urgência, desde os doentes menos críticos, até os mais críticos. Estabilizar e depois, ter a devida comunicação, se houver necessidade de transferir para outros hospitais”, disse.
Questionado sobre o nível de afluência no Hospital Central de Maputo (HCM) respondeu que nos últimos três anos que há uma tendência crescente, sendo a média diária de 200 pacientes no inverno, só nos Serviços de Urgência de Adultos. Porém, segundo a fonte, 80 por cento desse número não obedece aos critérios para frequentar o HCM.
“Subentende-se que um hospital de nível quaternário tem que receber os doentes que não conseguem resolver o seu problema nos níveis inferiores. Então, se 80 por cento de um doente que vai para um hospital de nível quaternário tem alta na hora, obviamente é um doente que não era para ele, ir àquela unidade sanitária”, disse.
(AIM)
SNN/sg