Arranque da campanha de vacinação contra a cólera na cidade de Chimoio, província de Manica
Nampula, (Moçambique), 15 Mai (AIM) – Uma campanha de vacinação contra a cólera arranca no próximo sábado (17), durante cinco dias, em quatro distritos da nortenha província de Nampula, onde o surto está activo, com potencial para abranger pouco mais de 1.7 milhões de pessoas que já tenham completado um ano de idade.
A informação foi prestada nesta quarta-feira pelo chefe do departamento de Saúde Pública, no Serviço Provincial de Saúde, Geraldino Avalinho.
A fonte apontou que o surto de cólera, que eclodiu em Nampula, em Outubro do ano passado, continua activo nos distritos de Nampula, Murrupula, Larde e Angoche.
O cumulativo de doentes actual é de 3.231 casos, dos quais 3.187 tiveram alta, cinco estão internados e 39 morreram, sendo 30 nas comunidades e nove em unidades sanitárias.
O clínico revelou, ainda, que o sector declarou fim do surto de cólera no distrito de Mogovolas, que foi notícia por ter sido o epicentro de ataques a profissionais da Saúde e destruição de infra-estruturas sanitárias.
Estes actos foram atribuídos a supostos manifestantes e pessoas de má-fé que propalavam informações falsas sobre a origem da doença.
Dados partilhados, há dias, pela delegada da Ordem dos Enfermeiros em Nampula, Nucha Fonseca, dão conta, que em resultados desses actos, um profissional foi morto e outros cinco foram feridos.
“Em relação à estratégia que usaremos para a implementação desta vacina, em princípio, teremos concentrações que vão ser criadas nas áreas onde vamos fazer esta vacinação. Por exemplo, os vacinadores irão passar de porta em porta para oferecer esta vacina, enquanto outros estarão posicionados nos mercados e feiras e em todos os locais onde julgamos que está lá o nosso grupo alvo”, informou o responsável.
Segundo Avalinho, ao contrário da experiência de 2023 que no distrito de Nampula focou-se em algumas áreas mais afectadas, desta feita, a vacinação irá estender-se a todo o seu território.
“Em Angoche, vamos vacinar na vila sede e nos postos administrativos de Namaponda, Aúbe e Nametóri. Em Murrupula, será igualmente na vila sede de Cazuzo, enquanto, em Larde, será e em duas áreas, na sede do distrito e no posto administrativo de Mucuáli”.
Segundo a fonte, o efectivo destacado para esta campanha é de 1.700 equipas, que integram vacinadores, registadores e mobilizadores, escolhidos nas próprias comunidades, com projecção de alcançar, pelo menos, 85 por cento do grupo alvo.
“Esta vacina tem uma garantia de eficácia muito acima de 80 por cento e o tempo pelo qual o indivíduo pode estar imune é 12 meses. Então, não se trata de uma vacina igual às outras, cuja imunidade é permanente. Por esta mesma razão, temos implementado estas campanhas para que possamos cortar a cadeia de transmissão por este período”, explicou.
“Em 2017, realizamos uma campanha que decorreu em duas fases separadas de 60 dias”, recordou o médico.
Essa modalidade, explicou Geraldino Avalinho, “quando são duas a serem administradas ao mesmo grupo alvo, o tempo pelo qual a imunidade conferida, ao invés de 12 meses, o indivíduo torna-se imune entre três a quatro anos.
“Por isso mesmo, o surto da cólera no distrito de Nampula, em particular, mostrou-se controlado entre os anos 2017, 2018, 2019, 2020 e, só em 2021, nós começamos a registar novos casos”.
(AIM)
Rosa Inguane/dt
