
Maputo, 08 jun (AIM) – Moçambique vai beneficiar de 4.867.139 dólares norte-americanos do Fundo Global para o Ambiente (GEF) para financiar projectos de gestão de lixo electrónico.
O montante, que faz parte dos cerca de 10 milhões que o GEF colocou a disposição dos Países da Comunidade Para o Desenvolvimento da África Austral (SADC), poderá estar disponível a partir do segundo semestre do corrente ano.
A informação foi partilhada recentemente em Joanesburgo, na Africa do Sul, pelo Gestor de Resíduos Químicos no Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (UNEP), Russell Cobbal, durante a reunião de validação do projecto denominado “Promovendo a Circularidade e a Eficiência de Recursos na Cadeia de Valor da Electrónica na SADC”.
“Neste momento, são legíveis a este fundo Moçambique, Namíbia, Africa do Sul, Botsuana, Lesoto e Eswathine”, disse.
Acrescentou que os países devem apresentar projectos concretos viáveis de colecta, reciclagem e reaproveitamento do lixo electrónico.
Com efeito, o país submeteu maior parte dos documentos necessários e exigidos pelo GEF para ter acesso ao fundo, disse Emília Polana, ponto focal da Convenção de Estocolmo sobre poluentes Orgânicos Persistentes, na sua intervenção no evento que contou com a participação de 20 delegados.
O governo moçambicano deve já ter enviado as cartas da sociedade civil e da Confederação das Associações Económicas (CTA) para completar o processo.
O executivo e as empresas devem aplicar os fundos para financiamento da instalação de infraestruturas de reciclagem, implementação de programas de colecta, formação de técnicos e a promoção de práticas sustentáveis do seu descarte.
A reciclagem de lixo electrónico impede que substâncias perigosas presentes nos equipamentos electrónicos, como metais pesados (ouro, prata, cobre), incluindo o plástico, sejam libertados no meio ambiente, causando contaminação do solo, água e ar, um autêntico risco para graves problemas a saúde pública e ao clima, disse a directora executiva do Instituto África, Bianca Dlamine.
Afirmou que a proliferação de equipamentos obsoletos nas lixeiras comuns têm efeitos nefastos na saúde pública e na economia dos países.
A reciclagem de lixo electrónico pode reduzir a emissão de gases de efeito estufa, pois, o processo de fabrico de novos equipamentos consome muita energia eléctrica e produz grandes quantidades de emissões.
(AIM)
Valdemar Casimiro (colaboração)/mz