
Filipo deixa um rasto de destruição no sul de Moçambique
Maputo, 30 Jun (AIM) – O Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos (UN Habitat) está a trabalhar na promoção da urbanização sustentável como motor de desenvolvimento socioeconómico, através dos pilares da resiliência climática; abordagem territorial inclusiva integrada; e políticas urbanas e assentamentos sustentáveis.
Aliás, não é caso para menos pois Moçambique é um dos países mais expostos aos riscos naturais a nível mundial, sobretuto ameaças hidrometeorológicas e epidemias.
Por isso, o especialista em gestão e redução do risco de desastres no UN Habitat, Gilberto Langa, defende, a necessidade de actuação do Laboratório de Engenharia de Moçambique, na testagem de todos os materiais aplicados em obras públicas para a plena dissipação de dúvidas sobre a qualidade do material usado, disse Langa no programa da Rádio da Manhã Café da Manhã sob o tema “reconstrução resiliente de infra-estruturas escolares e de saúde em Moçambique”.
“É necessário que todos os materiais que são empregados em qualquer obra pública sejam testados”, disse.
Explicou que o Laboratório de Engenharia de Moçambique que é a entidade responsável pela testagem desses materiais e qualquer material aplicado em obras deveria passar pelos devidos testes para garantir a certificação de qualidade destes mesmos materiais” disse.
O Seminário Internacional “Lições aprendidas mo processo de reconstrução resiliente das infra-estruturas de educação e saúde em Moçambique” decorrido em Abril último, em Maputo, levantou desafios que o país enfrenta no domínio da construção resiliente, dentre eles o facto de 70% da rede sanitária estar localizada em zonas propensas a desastres naturais. Sobre o assunto, Gilberto Langa defende medidas antes, durante e após desastres.
“Para as infra-estruturas de saúde durante esses eventos climáticos extremos, deve-se contar com três principais fases, sendo a primeira pré-desastre onde seria antes do evento extremo, durante o desastre e pós-desastre, onde durante todos estes períodos deve-se ter em conta a planificação e a continuidade dos serviços de ordem clínicas e não clínicas. O sector de saúde em específico, usando a metodologia MVHA, pós-emergência, ara garantir uma coordenação institucional onde através de todos os níveis de actuação, isto é ao nível local, distrital, provincial e central deverá garantir deste modo uma comunicação em tempo real das principais necessidades” disse.
No domínio da educação, o UN Habitat vem intervindo através da iniciativa “escola segura”, que desde 2012 já permitiu intervenção em cerca de 4.500 salas de aula, de construção convencional e mista-resiliente em todas as regiões do país, lideradas pelo Ministério da Educação e Cultura.
O Ciclone Freddy destruiu parcialmente cerca de 4.430 salas de aula e 163 unidades sanitárias levando o UN Habitat em colaboração com o governo de Moçambique a fazer o levantamento e avaliação de danos para futuras intervenções.
“Face a passagem do ciclone Freddy, o UN Habitat em colaboração com os sectores da saúde educação e obras públicas e com o apoio do Banco Mundial levaram a cabo o levantamento e avaliação de danos nas principais províncias que foram afectadas pelo ciclone para a posterior se fazer a priorização e produção de projectos executivos específicos que deverão responder as necessidades identificadas e garantir a incorporação da resiliência e salvaguardas ambientais e sociais nestas mesmas infra-estruturas de educação e da saúde” disse.
(AIM)
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